tag:blogger.com,1999:blog-24044696089087390632024-02-09T18:48:44.580-03:00A língua que eu visto... (por Jaqueline Padovani)Espaço destinado a discussões sobre língua portuguesa e literatura de todas as línguasAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.comBlogger34125tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-69013691979359487532014-12-29T09:45:00.002-02:002014-12-29T10:02:03.918-02:00Feliz ANO NOVO!<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Queridos leitores, </span></i><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Desejo-lhes muita </span><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">saúde</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, muito </span><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">amor </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">e (lógico!) muitas </span><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">leituras </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">em 2015.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aproveito para lhes agradecer as visitas ao <i>blog</i>. </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #e06666;">Muito obrigada mesmo!</span> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Agora, deixo aqui um lindo poema para o Ano Novo...</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Até breve! </span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
---*---</div>
<br />
<h2>
</h2>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-large;"><b>ESPERANÇA</b></span></div>
<h2 style="text-align: center;">
<i style="font-size: medium;">Mário Quintana</i></h2>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano<br />Vive uma louca chamada Esperança<br />E ela pensa que quando todas as sirenas<br />Todas as buzinas<br />Todos os reco-recos tocarem<br />Atira-se<br />E<br />— ó delicioso voo!<br />Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,<br />Outra vez criança...<br />E em torno dela indagará o povo:<br />— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?<br />E ela lhes dirá<br />(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)<br />Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:<br />— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Texto extraído do livro <i>Nova Antologia </i><i>Poética</i>, Editora Globo - São Paulo, 1998, p. 118.<br />Disponível em: <www.releituras.com>.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_VvFwEVnA0XACwT-yBWvGS6Q_ADXMOoU5-Dd7BcghFF_UcKTX4WMYA6uT9ot-ObDDGvShBDW0o6mNKQVxF4IorlZhit8yAxfmnbm7LSR_e5UW9WmkjWhnmKwrx8j9KqNBL4yHOc6G8DOZ/s1600/Feliz+2015..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_VvFwEVnA0XACwT-yBWvGS6Q_ADXMOoU5-Dd7BcghFF_UcKTX4WMYA6uT9ot-ObDDGvShBDW0o6mNKQVxF4IorlZhit8yAxfmnbm7LSR_e5UW9WmkjWhnmKwrx8j9KqNBL4yHOc6G8DOZ/s1600/Feliz+2015..jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-47220846950424116872014-12-26T16:06:00.000-02:002014-12-26T17:39:03.729-02:00Literatura Fantástica: Lygia Fagundes Telles<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, meus caros!</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como estão?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> Para quem gosta - assim como eu - de<i> Literatura Fantástica</i>, segue um dos diversos contos de tal natureza escritos por Lygia Fagundes Telles. </span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para os que ainda não conhecem essa espécie literária, esta é uma boa oportunidade de ingressar no mundo insólito da <i>Fantasia</i>.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apreciem a leitura.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Beijos.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">---*---</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, serif; font-size: large;"><b>VENHA VER O PÔR DO SOL</b></span> </div>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-style: italic;">Lygia Fagundes Telles</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpmN3yvUNXCATQWbLszz_pP5Cabt1zCXE2QKCK6029OBDN3Uk3-oQ8bx7sJxVRTLWMCYVSCkd3_WwnqRFRGgpfCcWpN1KnfkuhGlyVugzhzbJHZJq2bdSCEkr_qKzB5s7_5kkfyZ11k8Ju/s1600/Venha+ver+o+p%C3%B4r+do+sol+-+II..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpmN3yvUNXCATQWbLszz_pP5Cabt1zCXE2QKCK6029OBDN3Uk3-oQ8bx7sJxVRTLWMCYVSCkd3_WwnqRFRGgpfCcWpN1KnfkuhGlyVugzhzbJHZJq2bdSCEkr_qKzB5s7_5kkfyZ11k8Ju/s1600/Venha+ver+o+p%C3%B4r+do+sol+-+II..jpg" height="239" width="320" /></a></div>
</blockquote>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançada, as casas
iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos
baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato
rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a
única nota viva na quietude da tarde.</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo
blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial
de estudante.<br /><span style="line-height: 115%;">– Minha querida Raquel.</span>Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.<br />
– Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que
ideia, Ricardo, que ideia! Tive que descer do táxi lá longe, jamais ele
chegaria aqui em cima.<br />Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.<br />
– Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece
nessa elegância… Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete-léguas,
lembra?<br />
– Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? – perguntou ela,
guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. – Hem?!<br />
– Ah, Raquel… – e ele tomou-a pelo braço rindo.<br />
– Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e
dourado… Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse
perfume. Então, fiz mal?<br />
– Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz – E que é isso aí?
Um cemitério?<br />
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de
ferro, carcomido pela ferrugem.<br />
– <i>Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem
os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo</i> –
acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda.<br /> <o:p></o:p>
– Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? – perguntou ela,
guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. – Hem?!<br />
– Ah, Raquel… – e ele tomou-a pelo braço rindo.<br />
– Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e
dourado… Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse
perfume. Então, fiz mal?<br />
– Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz – E que é isso aí?
Um cemitério?<br />
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de
ferro, carcomido pela ferrugem.<br />
– <i>Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem
os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo</i> –
acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda.<br /> Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do
companheiro. Sorriu. – Ricardo e suas ideias. E agora? Qual é o programa?<br />
Brandamente ele a tomou pela cintura.<br />
– Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um
instante e te mostrarei o pôr do sol mais lindo do mundo.<br />
Perplexa, ela encarou-o um instante. E vergou a cabeça para trás numa risada.<br />
– Ver o pôr do sol!… Ah, meu Deus… Fabuloso, fabuloso!… Me implora um último
encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira,
só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr do sol num cemitério…<br />
Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta.<br />
– Raquel, minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era
de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse
possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive
espiando pelo buraco da fechadura…<br />
– E você acha que eu iria?<br />
– Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então, pensei:
se pudéssemos conversar um instante numa rua afastada…- disse ele,
aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou
sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus
olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão
astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a
rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar
inexperiente e meio desatento – Você fez bem em vir.<br />
– Quer dizer que o programa… E não podíamos tomar alguma coisa num bar?<br />
– Estou sem dinheiro, meu anjo. Vê se entende.<br />
– Mas eu pago.<br />
– Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é
de graça e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda
comigo? Até romântico.<br />
Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava.<br />
– Foi um risco enorme, Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que
tive meus casos. Se nos pilha juntos; então, sim, quero ver se alguma das suas
fabulosas ideias vai me consertar a vida.<br />
– Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque,
meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado. Veja. Completamente
abandonado – prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos gemeram. –
Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui.<br />
– É um risco enorme, já disse. Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se
vem um enterro? Não suporto enterros.<br />
– Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma
coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos
sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo…<br />
O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter se alastrado furioso
pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões
dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse
com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da
morte. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos
de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas
secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava
conduzir como uma criança. Às vezes, mostrava certa curiosidade por uma ou
outra sepultura com os pálidos medalhões de retratos esmaltados.<br />
– É imenso, hem? E tão miserável! Nunca vi um cemitério mais miserável, é
deprimente – exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho
de cabeça decepada.- Vamos embora, Ricardo, chega.<br />
– Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente? Por quê? Não sei onde
foi que eu li,<i> a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da
tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambiguidade</i>. Estou lhe
dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.<br />
– Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.<br />
Delicadamente ele beijou-lhe a mão.<br />
– Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo.<br />
– É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.<br />
– Ele é tão rico assim?<br />
– Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu
falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro…<br />
Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a
se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa,
repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as
rugazinhas sumiram.<br />
– Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra?<br />
Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.<br />
– Sabe, Ricardo, acho que você é mesmo tantã… Mas, apesar de tudo, tenho às
vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Palavra que, quando penso, não
entendo até hoje como aguentei tanto, imagine um ano.<br />
– É que você tinha lido <i>A dama das Camélias</i>, ficou assim toda
frágil, toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo agora. Hem?<br />
– Nenhum – respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição
de uma laje despedaçada: – A minha querida esposa, eternas saudades – leu em
voz baixa. Fez um muxoxo. - Pois, sim. Durou pouco essa eternidade.<br />
Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido.<br />
– Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra
mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja -
disse, apontando uma sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de
dentro da fenda -, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda
virão as raízes, depois as folhas… Esta é a morte perfeita, nem lembrança, nem
saudade, nem o nome sequer. Nem isso.<br />
Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou.<br />
– Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não
me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim –
Deu-lhe um rápido beijo na face. – Chega, Ricardo, quero ir embora.<br />
– Mais alguns passos…<br />
– Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! – Olhou para trás.
– Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.<br />
– A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio – lamentou ele, impelindo-a para
frente. – Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se
vê o pôr do sol. – E, tomando-a pela cintura: – Sabe, Raquel, andei muitas
vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos
os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já
estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por
aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora, as duas estão mortas.<br />
– Sua prima também?<br />
– Também. Morreu quando completou 15 anos. Não era propriamente bonita, mas
tinha uns olhos… Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus.
Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas… Penso agora que toda a
beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus.<br />
– Vocês se amaram?<br />
– Ela me amou. Foi a única criatura que… - Fez um gesto. – Enfim, não tem
importância.<br />
Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o.<br />
– Eu gostei de você, Ricardo.<br />
– E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?<br />
Um pássaro rompeu o cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu.<br />
– Esfriou, não? Vamos embora.<br />
– Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.<br />
Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira
selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta
rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes
enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um
altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo.
Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre
os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas,
pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombro do
Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando
acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.<br />
Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da
capelinha.<br />
– Que triste é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui?<br />
Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.<br />
– Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas,
sinais da minha dedicação, certo? Mas já disse que o que eu mais amo neste
cemitério é precisamente esse abandono, esta solidão. As pontes com o outro
mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou total. Absoluta.<br />
Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da
portinhola. Na semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo
das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento.<br />
– E lá embaixo?<br />
– Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó-
murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta
no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la.
– A cômoda de pedra. Não é grandiosa?<br />
Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.<br />
– Todas estas gavetas estão cheias?<br />
– Cheias?… - Sorriu.- Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo? Nesta
está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe- prosseguiu ele, tocando com
as pontas dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.<br />
Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz.<br />
– Vamos, Ricardo, vamos.<br />
– Você está com medo?<br />
– Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio!<br />
Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu
um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:<br />
– A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi
umas duas semanas antes de morrer… Prendeu os cabelos com uma fita azul e
vejo-a se exibir, estou bonita? Estou bonita?…- Falava agora consigo mesmo,
doce e gravemente. - Não, não é que fosse bonita, mas os olhos… Venha ver,
Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus.<br />
Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada.<br />
– Que frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando…<br />
Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.<br />
– Pegue, dá para ver muito bem… - Afastou-se para o lado. - Repare nos olhos.<br />
– Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça… - Antes da chama se
apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente. -
Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida. - Deixou
cair o palito e ficou um instante imóvel – Mas esta não podia ser sua namorada,
morreu há mais de cem anos! Seu menti…<br />
Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça
estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por
detrás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso.<br />
– Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso? Brincadeira mais
cretina! – exclamou ela, subindo rapidamente a escada. – Não tem graça nenhuma,
ouviu?<br />
Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro.
Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.<br />
– Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! – ordenou, torcendo o
trinco.- Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no
que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida!<br /><i>– Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta, tem uma frincha na
porta. Depois, vai se afastando devagarinho, bem devagarinho. Você terá o pôr
do sol mais belo do mundo.</i>
Ela sacudia a portinhola.<br />
– Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente! - Sacudiu
a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre
as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso. –
Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra…<br />
Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles,
reapareceram as rugazinhas abertas em leque.<br />
– Boa noite, Raquel.<br />
– Chega, Ricardo! Você vai me pagar!… – gritou ela, estendendo os braços por
entre as grades, tentando agarrá-lo. - Cretino! Me dá a chave desta porcaria,
vamos! - exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as
grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar
até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o,
apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e
amoleceu o corpo. Foi escorregando.<br />
– Não, não…<br />
Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando
as duas folhas escancaradas.<br />
– Boa noite, meu anjo.<br />
Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola. Os
olhos rodavam pesadamente numa expressão embrutecida.<br />
– Não…<br />
Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve
silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de
repente, o grito medonho, inumano:<br />
– NÃO!<br />
Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes
aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais
remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o
portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento.
Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi
descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.<br /> </span></blockquote>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-43492924754225570452014-10-06T15:24:00.000-03:002014-10-08T11:07:13.522-03:00BALEIA, de Graciliano Ramos<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, pessoal. Tudo bem?</span></b><br />
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sou apaixonadíssima por animais. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Penso que eles são mais puros e sinceros do que diversos seres humanos à solta. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com base nisso, compartilho o capítulo "Baleia", pertencente ao livro <i>Vidas Secas - </i>uma obra preciosa da nossa Literatura. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No decorrer de todo o livro, é possível acompanhar e sentir a reciprocidade (donos <-> Baleia) de um amor autêntico que transborda em meio à secura e à aspereza do sertão. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>Texto tocante e profundo! </b></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por meio da leitura do capítulo, conseguimos notar a sensibilidade de Baleia.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #666666;">Como bem pontuam alguns críticos literários acerca da obra de Graciliano Ramos, </span><i><span style="color: purple;">percebemos</span></i> <i><span style="color: purple;">na cachorrinha Baleia uma humanidade muito maior do que a dos próprios seres humanos</span><span style="color: #666666;">.</span></i></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É bem isso mesmo...</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">BALEIA</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Graciliano Ramos</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A CACHORRA Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa nas base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Vão bulir com a Baleia?</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria perigo.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="color: magenta; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferenciavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas Sinhá Vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Escutou, ouviu o rumor do chumbo que se derramava no cano da arma, as pancadas surdas da vareta na bucha. Suspirou. Coitadinha da Baleia.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os meninos começaram a gritar e a espernear. E como Sinhá Vitória tinha relaxado os músculos, deixou escapar o mais taludo e soltou uma praga: </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Capeta excomungado.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na luta que travou para segurar de novo o filho rebelde, zangou-se de verdade. Safadinho. Atirou um cocorote ao crânio enrolado na coberta vermelha e na saia de ramagens.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pouco a pouco a cólera diminuiu, e sinhá Vitória, embalando as crianças, enjoou-se da cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios. Bicho nojento, babão. Inconveniência deixar cachorro doido solto em casa. Mas compreendia que estava sendo severa demais, achava difícil Baleia endoidecer e lamentava que o marido não houvesse esperado mais um dia para ver se realmente a execução era indispensável.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse momento Fabiano andava no copiar, batendo castanholas com os dedos. Sinhá Vitória encolheu o pescoço e tentou encostar os ombros às orelhas. Como isto era impossível, levantou um pedaço da cabeça.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fabiano percorreu o alpendre, olhando as baraúnas e as porteiras, açulando um cão invisível contra animais invisíveis:</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">-Ecô! ecô!</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em seguida entrou na sala, atravessou o corredor e chegou à janela baixa da cozinha. Examinou o terreiro, viu Baleia coçando-se a e esfregar as peladuras no pé de turco, levou a espingarda ao rosto. A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando, até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto. Como o animal estivesse de frente e não apresentasse bom alvo, adiantou-se mais alguns passos. Ao chegar às catingueiras, modificou a pontaria e puxou o gatilho. A carga alcançou os quartos de Baleia, que se pôs latir desesperadamente.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ouvindo o tiro e os latidos, Sinhá Vitória pegou-se à Virgem Maria e os meninos rolaram na caca chorando alto. Fabiano recolheu-se. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E Baleia fugiu precipitada, rodeou o barreiro, entrou no quintalzinho da esquerda, passou rente aos craveiros e às panelas de losna, meteu-se por um buraco da cerca e ganhou o pátio, correndo em três pés. Dirigiu-se ao copiar, mas temeu encontrar Fabiano e afastou-se para o chiqueiro das cabras. Demorou-se aí por um instante, meio desorientada, saiu depois sem destino, aos pulos.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou como gente em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo. Quis recuar e esconder-se debaixo do carro, mas teve medo da roda.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Encaminhou-se aos juazeiros. Sob a raiz de um deles havia uma barroca macia e funda. Gostava de espojar-se ali: cobria-se de poeira, evitava as moscas e os mosquitos, e quando se levantava, tinha as folhas e gravetos colados às feridas, era um bicho diferente dos outros. Caiu antes de alcançar essa cova arredada. Tentou erguer-se, endireitou a cabeça e estirou as pernas dianteira, mas o resto do corpo ficou deitado de banda. Nesta posição torcida, mexeu-se a custo, ralando as patas, cravando as unhas no chão, agarrando-se nos seixos miúdos. Afinal esmoreceu e aquietou-se junto às pedras onde os meninos jogavam cobras mortas. Uma sede horrível queimava-lhe a garganta. Procurou ver as pernas e não as distinguiu: um nevoeiro impedia-lhe a visão. Pôs-se a latir e desejou morder Fabiano. Realmente não latina: uivava baixinho, e os uivos iam diminuindo, tomavam-se quase imperceptíveis.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como o sol a encandeasse, conseguiu adiantar-se umas polegadas e escondeu-se numa nesga de sombra que ladeava a pedra.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olhou-se de novo, aflita. Que lhe estaria acontecendo? O nevoeiro engrossava e aproximavase. </span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sentiu o cheiro bom dos preás que desciam do morro, mas o cheiro vinha fraco e havia nele partículas de outros viventes. Parecia que o morro se tinha distanciado muito. Arregaçou o focinho, aspirou o ar lentamente, com vontade de subir a ladeira e perseguir os preás, que pulavam e corriam em liberdade.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Começou a arquejar penosamente, fingindo ladrar. Passou a língua pelos beiços torrados e não experimentou nenhum prazer. O olfato cada vez mais se embotava: certamente os preás tinha fugido.</span></div>
<div align="justify" style="background-color: white; line-height: 18px;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #666666;">Esqueceu-os e de novo lhe veio o desejo de morder Fabiano, que lhe apareceu diante dos olhos meio vidrados, com um objeto esquisito na mão. Não conhecia o objeto, mas pôs-se a tremer, convencida de que ele encerrava surpresas desagradáveis. Fez um esforço para desviar-se daquilo e encolher o rabo. Cerrou as pálpebras pesadas e julgou que o rabo estava encolhido. </span><span style="color: magenta;">Não poderia morder Fabiano: tinha nascido perto dele, numa camarinha, sob a cama de varas, e consumira a existência em submissão, ladrando para juntar o gado quando o vaqueiro batia palmas.</span></span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O objeto desconhecido continuava a ameaçá-la. Conteve a respiração, cobriu os dentes, espiou o inimigo por baixo das pestanas caídas. Ficou assim algum tempo, depois sossegou. Fabiano e a coisa perigosa tinham-se sumido.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abriu os olhos a custo. Agora havia uma grande escuridão, com certeza o sol desaparecera. Os chocalhos das cabras tilintaram para os lados do rio, o fartum do chiqueiro espalhou-se pela vizinhança.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A obrigação dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro. Franziu as ventas, procurando distinguir os meninos. Estranhou a ausência deles.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não se lembrava de Fabiano. Tinha havido um desastre, mas Baleia não atribuía a esse desastre a importância em que se achava nem percebia que estava livre de responsabilidades.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde Sinhá Vitória guardava o cachimbo.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Uma noite de inverno, gelada e nevoenta, cercava a criaturinha. Silêncio completo, nenhum sinal de vida nos arredores. O galo velho não cantava no poleiro, nem Fabiano roncava na cama de varas. Estes sons não interessavam Baleia, mas quando o galo batia as asas e Fabiano se virava, emanações familiares revelavam-lhe a presença deles. Agora parecia que a fazenda se tinha despovoado.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baleia respirava depressa, a boca aberta, os queixos desgovernados, a língua pendente e insensível. Não sabia o que tinha sucedido. O estrondo, a pancada que recebera no quarto e a viagem difícil no barreiro ao fim do pátio desvaneciam-se no seu espírito.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Provavelmente estava no cozinha, entre as pedras que serviam de trempe. Antes de se deitar, sinhá Vitória retirava dali os carvões e a cinza, varria com um molho de vassourinha o chão queimado, e aquilo ficava um bom lugar para cachorro descansar. O calor afugentava as pulgas, a terra se amaciava. E, findos os cochilos, numerosos preás corriam e saltavam, um formigueiro de preás invadia a cozinha.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia. Do outro peito para trás era tudo insensibilidade e esquecimento. Mas o resto do corpo se arrepiava, espinhos de mandacaru penetravam na carne meio comida pela doença.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">_______________</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Fonte:</i> RAMOS, Graciliano. <i>Vidas Secas. </i>Rio de Janeiro: Record, 2001.</span></div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="style5" style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span></div>
<a name='more'></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-22843956755224911302014-08-18T14:59:00.000-03:002014-08-18T14:59:38.366-03:00A conjugação do verbo "pagar"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Infelizmente, esta é a conjugação que mais se ajusta ao nosso país.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nem a Gramática pode negar...</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ifYuOcapolVHxFwafiruRK3PqXpIkoyt67j5yCM2qWLSF-44xkLUETjDlrALeHpc_i0ISkVfDay29e-sRl3pVje9wVC4pdUoVg0mUEmxnJn8Ynsq-fzlX5wHzaW_3GcRZ43Jb2LeXpWT/s1600/Reflex%C3%A3o..jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ifYuOcapolVHxFwafiruRK3PqXpIkoyt67j5yCM2qWLSF-44xkLUETjDlrALeHpc_i0ISkVfDay29e-sRl3pVje9wVC4pdUoVg0mUEmxnJn8Ynsq-fzlX5wHzaW_3GcRZ43Jb2LeXpWT/s1600/Reflex%C3%A3o..jpeg" height="287" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não resisti! Precisei compartilhar a imagem com vocês.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Beijos.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-36094134347793540622014-08-06T21:47:00.001-03:002014-10-06T15:35:53.641-03:00Cuidado com o "LHEÍSMO"!<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, galera!! Estava com
saudade de vocês.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Primeiramente, desculpem-me por
ter demorado quase um mês para republicar no ‘blog’. A vida anda muitíssimo
corrida e, em função disso, não consigo escrever com a frequência que me
agrada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De qualquer modo, a chamada de
atenção desta postagem vai para o uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tenho notado que a grande
maioria das pessoas troca o uso de um pronome equivalente a objeto direto por
um correspondente a objeto indireto (e vice-versa). Como assim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na tentativa de “sofisticar” um
pouco o discurso, alguns falantes/escreventes utilizam formas como “Abracei-<b><u>lhe</u></b> demoradamente”, “Mais tarde
eu <b><u>lhe</u></b> vejo”, etc. Em busca
de uma construção mais erudita, as pessoas cometem o chamado “lheísmo”, isto é,
elas acabam utilizando o pronome “lhe” em situações não indicadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quando usar o pronome “lhe” em
circunstâncias apropriadas, então? Vamos lá!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">Na Língua Portuguesa, pessoal,
existem os chamados </span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><i>pronomes pessoais átonos do caso oblíquo</i></b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">, que são os que
seguem: </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">me</span></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">, </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">te</span></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">, </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">se</span></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">, </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">nos</span></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">,
</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">vos</span></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">, </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">o</span>(s)</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">,<span style="color: blue;"> </span></span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: blue;">a</span>(s)</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">,</span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"> <span style="color: blue;">lhe</span>(s),</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;"> <i><span style="color: blue;">se</span></i>. Eu sei que a designação
desses pronomes é um tanto complicada (para não dizer “chata”), mas eles não
são um bicho-papão. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-indent: 35.45pt;">Essas palavrinhas mencionadas podem substituir os complementos verbais (ou
seja, o objeto direto e o indireto). A substituição, contudo, não pode ser
aleatória. Dessa maneira, alguns desses pronomes apenas podem ocupar o lugar do
objeto direto, ao passo que outros somente ocupam a posição do objeto indireto. Vou esquematizar
o que acabei de explicar:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNPeog1oQ2p0eVJhfll01QgDJL890i_0TJPlazR4P1SDkYviizYVAOgjxIvm44sAaS30ln4c1DvJ9JfDE-qN5R-LpWFnB4ZzPwp5up-WSlfbO9WkK-dlufk0EDD0ScpRSw6sROF9EwKVHB/s1600/Esquema..png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNPeog1oQ2p0eVJhfll01QgDJL890i_0TJPlazR4P1SDkYviizYVAOgjxIvm44sAaS30ln4c1DvJ9JfDE-qN5R-LpWFnB4ZzPwp5up-WSlfbO9WkK-dlufk0EDD0ScpRSw6sROF9EwKVHB/s1600/Esquema..png" height="365" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Diante do exposto, galera, o pronome “lhe” não deve
ser empregado “a torto e a direito”. Só devemos utilizá-lo com verbos transitivos
indiretos (aqueles que admitem a pergunta “a que[m]”, “de que[m]”). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por isso,
as normas da Gramática Tradicional priorizam o uso de “Eu lhe obedeço sempre”,
já que o verbo “obedecer” é transitivo indireto (= <i>Eu <b><u>obedeço aos</u></b> meus
pais sempre</i>). Aproveitando o exemplo que dei um pouco acima, o mais
adequado não é “abraçar-lhe”, mas “abraçá-lo” ou “abraçá-la”, uma vez que “abraçar”
é transitivo direto (<i>Abracei-<b><u>o </u></b>demoradamente = Abracei <b><u>o meu irmão</u></b> demoradamente</i>).
Os únicos pronomes oblíquos átonos que podem ser usados tanto com transitivos
diretos quanto com indiretos são “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Outro probleminha bastante recorrente é o uso de “te”
sem que o contexto exija a segunda pessoa do singular (TU). O pronome “te”,
gente, é a forma oblíqua de “tu”; dessa maneira, somente deve ser utilizado em
contextos de segunda pessoa:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #3d85c6;">Joaquim, tu
podes fazer o favor de antecipar a entrega do arquivo? Se conseguires fazer isso,
o diretor <b><u>te </u></b>bonificará em
agradecimento.</span><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: xx-small;">* Ou “bonificar-te-á” (se você quiser “gastar” um pouquinho do seu
conhecimento de colocação pronominal).</span><span style="font-size: x-small;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É isso! Tenham uma ótima noite. Qualquer dúvida,
escrevam-me.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Grande abraço.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNNYqNHnn9Vx1fYuY5gSz0nBS9Qy3Z3_ZX6hUkVE-ZXmCJFK5RIzjdiYZAsuXvri7v1gbgiO33qxg5gv5uX4ObQri-H6izlLjnpFGhFSAPvX7E2DdOmZnBWWWtqihH7OKlztwU3DWmYZJn/s1600/Pronome..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNNYqNHnn9Vx1fYuY5gSz0nBS9Qy3Z3_ZX6hUkVE-ZXmCJFK5RIzjdiYZAsuXvri7v1gbgiO33qxg5gv5uX4ObQri-H6izlLjnpFGhFSAPvX7E2DdOmZnBWWWtqihH7OKlztwU3DWmYZJn/s1600/Pronome..jpg" height="206" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-58629415613640112312014-07-07T15:16:00.002-03:002014-07-07T15:16:23.878-03:00"A igreja do diabo", de Machado de Assis<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; line-height: 18.479999542236328px; margin: 0cm 26.25pt 0cm 45pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; line-height: 18.479999542236328px; margin: 0cm 26.25pt 0cm 45pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">CAPÍTULO PRIMEIRO</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; line-height: 18.479999542236328px; margin: 0cm 26.25pt 0cm 45pt; text-align: center;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">DE UMA IDÉIA MIRÍFICA</span></i></b><span style="font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Conta </span><span style="font-size: 10pt;">um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18.479999542236328px; margin: 0cm 26.25pt 0cm 45pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #222222;">— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. </span><span style="color: #cc0000;">Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.</span></span><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;"></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #222222;">Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com </span><span style="color: #222222;">Deus para comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: — Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.</span></span><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;"></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="font-size: 10pt;">CAPÍTULO II</span></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">ENTRE DEUS E O DIABO</span></i></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-no logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada com os olhos no Senhor.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Que me queres tu? perguntou este.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os Faustos do século e dos séculos.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Explica-te.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam com os mais divinos coros...</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não vos parece?</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Vai.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja?</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje de memória, qualquer coisa que, nesse breve instante da eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê-las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura...</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Velho retórico! murmurou o Senhor.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o ardor, — a indiferença, ao menos, — com que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha, — ou sejam roupas ou botas, ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos...</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de súplica. Deus interrompeu o Diabo.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do mundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele fez?</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Já vos disse que não.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #222222;">— Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos</span><span style="color: #222222;">, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão?</span></span><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;"></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Negas esta morte?</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los...</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai; vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai!</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="font-size: 10pt;">CAPÍTULO III</span></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">A BOA NOVA AOS HOMENS</span></i></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">— Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a <i>Ilíada</i>: "Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu"... O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos bons versos do <i>Hissope</i>; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="color: #222222;">Nada mais curioso, por exemplo, do que a </span><span style="color: #cc0000;">definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos, eis tudo. </span><span style="color: #222222;">Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.</span></span><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;"></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi logo eliminada, pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstáculo grave à nova instituição. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou desprezo. Chegou mesmo à demonstração de que a noção de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das marquesas do antigo regímen: "Leve a breca o próximo! Não há próximo!" A única hipótese em que ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a particularidade de não ser outra coisa mais do que o amor do indivíduo a si mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação, por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: — Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo foi incluído no livro da sabedoria.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="font-size: 10pt;">CAPÍTULO IV</span></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">FRANJAS E FRANJAS</span></i></b><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçando os outros.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e, com o produto das drogas, socorria os filhos das vítimas. No Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um<i>drogman</i>; roubou-o, com efeito, à vista do Diabo e foi dá-lo de presente a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito beneditino cita muitas outras descobertas extraordinárias, entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, varão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuía uma bela casa na campanha romana, telas, estátuas, biblioteca, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meter-se na cama para não confessar que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era verdadeiro.</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse:</span><span style="font-size: 12pt;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; line-height: normal;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">— Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. </span><span style="color: #cc0000;">Que queres tu? É a eterna contradição humana.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #cc0000;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">------*------</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Conto publicado na coletânea <i>Histórias sem data</i>, em 1884.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1RAWMtCw4j66GCHxtSbIzbpn03FayIzw_dlvUmuiekirIHI2-bUi8j6rzcuDWezbxCDgWQRw_r3o22e8P5SGIuolutRlwcl5LrumhbB2DOMqK60AIUKR5rPFQprKc6ZwDBU26SChiuCFl/s1600/Diabinho+e+Anjinho..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1RAWMtCw4j66GCHxtSbIzbpn03FayIzw_dlvUmuiekirIHI2-bUi8j6rzcuDWezbxCDgWQRw_r3o22e8P5SGIuolutRlwcl5LrumhbB2DOMqK60AIUKR5rPFQprKc6ZwDBU26SChiuCFl/s1600/Diabinho+e+Anjinho..jpg" height="315" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<br /></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-59052041173365513482014-06-27T12:41:00.005-03:002014-06-27T14:38:02.340-03:00O elevador e "o mesmo": pode isso?<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, galera! Tudo bem?<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Certamente, vocês já viram aquela famosa plaquinha
presente nos edifícios: <i>“Antes de entrar
no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ok! Você já reconheceu a advertência, mas qual é a
relação dela com a postagem de hoje?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Amigos, se vocês me permitirem dar uma dica de
redação, não hesitarei em anunciar: <span style="color: #cc0000;">EVITEM O USO DE “O MESMO / A MESMA” COMO
PRONOME PESSOAL!!! </span>Por quê? Como assim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na escrita – e, às vezes, na fala –, muitas pessoas
utilizam a palavrinha “mesmo” com o objetivo de evitar a repetição de termos já
usados na sentença. Por esse motivo, sempre encontramos por aí frases do tipo:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: purple; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A professora
precisou falar com os pais da garota, e <b><u>os
mesmos</u></b> afirmaram não saber do incidente.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Percebam que não há necessidade alguma de empregar a
expressão “OS MESMOS”, já que poderíamos substituí-la (tranquilamente!) pelo simples
pronome “ELES”:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: purple;"><i>A professora
precisou falar com os pais da garota, e <b><u>ELES</u></b>
</i>(os pais da garota, oras!) </span><i><span style="color: purple;">afirmaram
não saber do incidente.</span><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Utilizar o
pronome em questão (“eles”) evita a repetição de “os pais da garota”, faz
referência clara à expressão anterior (função <u>anafórica</u> do pronome em
pauta) e resolve todo o problema da escrita. Não é preciso recorrer ao uso de “os
mesmos”, até porque <u>“MESMO” não funciona como pronome pessoal, minha gente!</u>
ISSO NÃO SIGNIFICA QUE NÃO DEVAMOS UTILIZAR A PALAVRA “MESMO” NUNCA MAIS. Quando
poderemos empregá-la, então, meu Deus? Nos casos abaixo, por exemplo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor de reforço (ênfase):</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 150%;">-
Ele MESMO preferiu abrir o envelope. => equivale a “Ele </span><i style="line-height: 150%;">PRÓPRIO</i><span style="line-height: 150%;"> resolveu...”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor de adjetivo:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 150%;">-
Pai e filho têm os MESMOS hábitos. => eles têm gostos </span><i style="line-height: 150%;">IGUAIS</i><span style="line-height: 150%;"> (ideia de IDENTIDADE </span><span style="line-height: 150%;">e
de IGUALDADE entre as coisas).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor de advérbio:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">-
Ela está com um novo namorado MESMO? => REALMENTE, DE FATO, DE VERDADE.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor de conjunção concessiva:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">-
MESMO QUE resolva ficar em casa, não se esqueça de me avisar => equivale a “AINDA QUE”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor indicativo de limite (equivale ao uso de “ATÉ”):</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 150%;">-
MESMO as pessoas que se diziam solidárias nunca mais apareceram para ajudar.
=> </span><span style="line-height: 150%;">corresponde a “</span><u style="line-height: 150%;">Até</u><span style="line-height: 150%;">
as pessoas que se diziam solidárias nunca mais apareceram para </span><span style="line-height: 150%;"> </span><span style="line-height: 150%;">ajudar”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">* Com valor de “a mesma coisa”, em forma neutra:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 150%;">-
Ontem à noite, fiquei em casa e assisti a dois seriados. Pretendo fazer O MESMO </span><span style="line-height: 150%;">hoje.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tornando à advertência relacionada ao elevador,
afirmo que, segundo os padrões tradicionais da língua, o aviso está escrito de
maneira inadequada. Sim, pessoal! A lei em questão está escrita de modo inadequado.
Quando vocês virem uma plaquinha semelhante, lembrem-se de que o uso de <b><u>O MESMO</u> / <u>A MESMA</u></b> não
cabe para os casos de substituição de alguma palavra por pronome pessoal.
Utilizem os pronomes pessoais <b><u>ELE</u>
/ <u>ELA</u></b> ou os relativos <b><u>OS
QUAIS</u> / <u>AS QUAIS</u></b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Última dica: não é nada elegante escrever <b><u>O MESMO</u> / <u>A MESMA </u></b>nos
casos como o do elevador. Nadinha mesmo! => [E ESSE ÚLTIMO "MESMO" É ADVÉRBIO.]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abração. Até a próxima!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQbbBxsqPD7uBb_PLLlTnltZ0Nt4k7aFVqprPzZVQnf5wqjKZHY6gRtWRVUJ3SsEXK8OTROLlc9RLrF5BeLHAKigYX2ChvQMnwLTNE7gMHeN9fzeAQ33GqW_9Y24-do4Uu2fjlt4ExRiYl/s1600/Elevador..gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQbbBxsqPD7uBb_PLLlTnltZ0Nt4k7aFVqprPzZVQnf5wqjKZHY6gRtWRVUJ3SsEXK8OTROLlc9RLrF5BeLHAKigYX2ChvQMnwLTNE7gMHeN9fzeAQ33GqW_9Y24-do4Uu2fjlt4ExRiYl/s1600/Elevador..gif" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-70862368257911549622014-06-17T15:02:00.002-03:002014-06-21T09:44:30.513-03:00Os óculos e o plural da língua...<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, caríssimos amigos.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O assunto desta postagem resume-se na palavra “ÓCULOS”.
Sim, é isso mesmo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Vocês já ouviram dizer que, segundo os padrões mais
tradicionais da Língua Portuguesa, o termo “óculos” é uma palavra no plural?
Por essa razão, devemos falar/escrever:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os meus óculos
novos são maravilhosos.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Perdi os meus
óculos.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #e06666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os óculos do
Pedro ficaram dentro do carro.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Isso tudo parece muito estranho? A explicação para o
fato remete a um fenômeno morfológico designado “PLURALIA TANTUM”. Segundo o
dicionário <i>Houaiss</i>, “‘pluralia tantum’<i> é uma expressão latina com que são
referidos os substantivos de uma língua cuja forma é um plural morfológico, mas
que semanticamente podem denotar uma única unidade</i>”. Resumidamente,
pessoal, a expressão latina ‘pluralia tantum’ significa “<u>apenas plurais</u>”.
Na Língua Portuguesa, existe uma série de substantivos que somente ocorrem no
plural, como núpcias, férias, pêsames, parabéns, ÓCULOS, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Acontece que, em se tratando do USO linguístico, é
evidente que as pessoas percebem a palavra “óculos” como um termo no singular,
haja vista o fato de a palavra fazer referência a um único objeto. Quando falamos
“óculos”, geralmente fazemos menção a uma coisa só, a uma unidade apenas, não é
mesmo? Por que, então, precisamos utilizar o plural? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De acordo com as normas da Gramática Tradicional, o
termo “óculos” faz referência, na verdade, a UM PAR DE LENTES. Dessa forma,
temos um objeto constituído de duas partes simetricamente duplicadas. Seguindo
esse raciocínio, podemos enquadrar, também, as palavras “calças”, “cuecas” e “tesouras”.
É isso mesmo! Na realidade, gente, esses termos todos que eu mencionei também integram
o grupo do "PLURALIA TANTUM". A frequência de uso de tais palavras no SINGULAR,
entretanto, já fez com que a forma plural fosse quase esquecida pelos falantes.
Reparem, contudo, que é mais complicado dizer “óculo” em vez de “óculos”; até
mesmo porque, se assim fizermos, vamos mudar o sentido da palavra, já que “óculo”
(sem a marcação do “-s”) significa LUNETA, e não aquele nosso velho conhecido
usado para nos auxiliar na leitura. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pessoal, outra coisa que eu gostaria de destacar é a
seguinte: o termo “óculos” é uma forma no plural não apenas por terminar em “-s”,
mas principalmente por pertencer ao mencionado grupo do “PLURALIA TANTUM”. Se todas as palavras
terminadas em “-s” estivessem no plural, não poderíamos dizer “O ÔNIBUS” e “O
LÁPIS”, não é? Ah! “Ônibus” e “lápis” são palavras cujo número (singular/plural)
somente pode ser definido pelos seus determinantes (artigos, adjetivos, etc.),
uma vez que a palavra em si permanece a mesma nos dois casos (o <i><u>ônibus</u></i> / os <i><u>ônibus</u></i>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para finalizar, aconselho todos a <u>saberem </u>que a palavra "óculos" está no plural e que, por isso mesmo, precisamos dizer/escrever "OS MEUS ÓCULOS SÃO GRANDES" caso alguém resolva avaliar o nosso nível gramatical (provas de concursos e de vestibulares, por exemplo). Se estivermos em uma situação informal, todavia, não vejo problema em utilizar o termo no singular; afinal, estamos falando de um único objeto. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A língua é assim mesmo: está em constante movimento e em frequente mudança. Penso que chegará o dia em que o termo "óculos" somente será utilizado no singular. Quem sabe?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: red;">UMA CURIOSIDADE:</span> em inglês, a palavra “óculos” (<i>GLASSES</i>) também é escrita no plural,
minha gente! Também o são os termos “tesouras” (<i>SCISSORS</i>) e “calças” (<i>TROUSERS</i>
ou <i>PANTS</i>).</span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abraços. Até a próxima!</span><o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD-zszsrfC_ItaHlC6ucdvm5JNrEnD5ic-u_-YGcm_NppJrrmI0c1P6-4Dsv3jAHQrbisIwX9fxwckS8rU6OSwCwVNLb_IOKit3RGEopSHwFenTq8s9jlftiYFrspJ5s7AgMrQCQOxdqMm/s1600/%C3%93CULOS..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD-zszsrfC_ItaHlC6ucdvm5JNrEnD5ic-u_-YGcm_NppJrrmI0c1P6-4Dsv3jAHQrbisIwX9fxwckS8rU6OSwCwVNLb_IOKit3RGEopSHwFenTq8s9jlftiYFrspJ5s7AgMrQCQOxdqMm/s1600/%C3%93CULOS..jpg" height="238" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-47023074010553357902014-06-12T11:49:00.001-03:002014-06-12T11:49:51.368-03:00"EM VEZ DE" ou "AO INVÉS DE"? E agora?<div class="WordSection1">
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, galera! Tudo bem? Espero que sim.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesta postagem, vamos saber quando empregar – segundo os padrões da
língua culta – “ao invés de” e “em vez de”. Vocês acham que tais expressões são
sinônimas e podem sempre ser trocadas, sem prejuízo de sentido? Devo dizer-lhes
que “DEPENDE”.</span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPNV7N9U-JhAi0W-DblNbTSKrUWZm3Z7PwqUNwuqEnLQpZBe6n9GsnzgvSjUTjwvRdf1AK8JXAYsUOKj6tIuKHESfp2x349yPI6kM6gxnd-naTYiNdFpHUFX_BVnT1i3gtlN4ofcm-b15y/s1600/AO+INV%25C3%2589S+DE+e+EM+VEZ+DE..png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPNV7N9U-JhAi0W-DblNbTSKrUWZm3Z7PwqUNwuqEnLQpZBe6n9GsnzgvSjUTjwvRdf1AK8JXAYsUOKj6tIuKHESfp2x349yPI6kM6gxnd-naTYiNdFpHUFX_BVnT1i3gtlN4ofcm-b15y/s1600/AO+INV%25C3%2589S+DE+e+EM+VEZ+DE..png" height="158" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">“Ao invés de” deve ser utilizado SOMENTE para marcar OPOSIÇÃO entre
duas situações, uma vez que o termo “invés” significa </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">inverso</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">, </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">oposto</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">. Dessa
forma, podemos afirmar que a expressão “ao invés de” equivale à perífrase “ao
contrário de”.</span></li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">“Em vez de”, por seu turno, deve ser usado com o sentido de
SUBSTITUIÇÃO (= “em lugar de”) e, também, com a noção de OPOSIÇÃO. Consequentemente,
podemos concluir que, quando quisermos expressar oposição, teremos a opção de
utilizar “ao invés de” ou “em vez de”, mas, se quisermos expressar somente a
noção de SUBSTITUIÇÃO, teremos de optar pelo uso de “em vez de”.</span></li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esquematicamente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<o:p><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> </span></o:p><span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: center;">IDEIA DE OPOSIÇÃO: </span></div>
</div>
<div class="WordSection2">
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As duas
expressões podem ser usadas, mas é mais aconselhado o emprego de “ao invés de”.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ex.:</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Marina, <i>ao invés de</i> <u>RIR</u>
da situação, <u>CAIU NO CHORO</u>.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">=</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gabriela, <i>em vez de </i><u>RIR</u>
da situação, <u>CAIU NO CHORO</u>.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">IDEIA DE SUBSTITUIÇÃO: </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apenas “EM
VEZ DE” (não tem jeito!).</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ex.:</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“<i>Em vez de</i> fazer compras
para a mãe, preferiu continuar jogando futebol.”</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #990000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Percebam que fazer compras para a mãe e jogar futebol NÃO SÃO ideias
contrárias e realmente opostas, né?</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gostaram? Simples!<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aproveito para desejar-lhes um FELIZ DIA DOS NAMORADOS e uma ótima abertura da COPA DO MUNDO. Beijem muito. </span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Que o dia de hoje seja doce!</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdyWrIkDDozUUFquWTFbUcW7AG764VcsjDXBrW1vKW28BDSxqloYAkRPKHggpcOV0y9yg5mI5LrdKWtZ95papVwYtpxAMr2g2S0Ceuqmax8aiGAU86QJAeZ5Ds48p3Ojlq3eLd50bW4yW4/s1600/AMOR..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdyWrIkDDozUUFquWTFbUcW7AG764VcsjDXBrW1vKW28BDSxqloYAkRPKHggpcOV0y9yg5mI5LrdKWtZ95papVwYtpxAMr2g2S0Ceuqmax8aiGAU86QJAeZ5Ds48p3Ojlq3eLd50bW4yW4/s1600/AMOR..jpg" height="125" width="200" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Até a próxima!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-25927828812712809432014-06-05T17:41:00.004-03:002014-06-05T17:49:11.087-03:00"ANGÚSTIA": um conto russo<h1 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Olá, pessoal. Tudo bom?</span></span></h1>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Trago-lhes hoje um belíssimo conto escrito por Anton Tchekhov (1860-1904), um dos maiores novelistas russos de todos os tempos. O texto abaixo destaca a solidão e a angústia de um homem que precisa desabafar sobre a morte recente do filho, mas que não encontra nenhuma pessoa que o queira ouvir. História triste, melancólica, angustiante, mas muito realista. Com toda a certeza, vale a pena conferir a leitura deste clássico. Se você ainda não leu nenhum conto russo, aqui está uma excelente oportunidade de iniciar os trabalhos...</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Até a próxima!</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">---*---</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></div>
<h1 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-large;">ANGÚSTIA</span><o:p></o:p></span></h1>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 10.2pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>“Com quem a dor partilharei?...”</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anton Tchekhov</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Anoitece. A neve graúda e úmida gira
preguiçosamente ao redor dos lampiões recém-acesos e deita-se em placas macias
e finas nos telhados, nos lombos dos cavalos, nos ombros, nos gorros. O
cocheiro Iona Potápov está todo branco, como um fantasma. Está sentado na boleia,
curvado, tão curvado quanto é possível curvar-se um corpo vivo, e não se mexe.
Se toda uma avalancha se despencasse sobre ele, nem assim, ao que parece, ele
acharia necessário sacudir a neve... A sua eguazinha também está branca e
imóvel. Pela sua imobilidade, suas formas angulosas e as pernas retas como
paus, até de perto ela parece um cavalinho de pão de mel de um copeque. Ao que
tudo indica, ela está mergulhada em meditações. Quem foi arrancado do arado,
das costumeiras paisagens cinzentas, e atirado aqui, neste atoleiro, cheio de
luzes monstruosas, zoeira incessante e gente apressada, esse não pode deixar de
meditar...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 10.2pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona e a sua eguazinha não se movem do lugar já
faz muito tempo. Saíram do pátio ainda antes do almoço, porém não fizeram nem
uma corrida. Mas eis que a sombra da noite desce sobre a cidade. A luz pálida
dos lampiões cede lugar à cor viva e o bulício das ruas torna-se mais ruidoso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -106.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Cocheiro, para a Viborgskaia! — ouve Iona. —
Cocheiro!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona estremece e, através dos cílios grudados
pela neve, vê um militar de capote e capuz.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Para Viborgskaia! — repete o militar. — Mas tu
estás dormindo, hein? Para Viborgskaia!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em sinal de assentimento, Iona puxa as rédeas,
em consequência do que, placas de neve caem dos seus ombros e do ombro do
cavalo. O militar toma assento no trenó. O cocheiro estala os lábios, estica o
pescoço à maneira de um cisne, soergue-se e, mais por hábito que por
necessidade, brande o chicote. A eguazinha também estica o pescoço, arqueia as
pernas magras e, insegura, põe-se em movimento.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt 39.4pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Por onde te metes, lobisomem! — ouve Iona,
assim que sai, gritar de dentro da massa escura que balança para diante e para
trás. — Aonde te carrega o diabo? Para a direita!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Não sabes dirigir! Aguenta a direita!”, ralha o
militar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um cocheiro de carruagem particular pragueja ao
cruzar, e um transeunte, que atravessara a rua correndo e batera com o ombro no
focinho da égua, olha furioso e sacode a neve da manga. Iona se contorce na
boleia como se estivesse sentado em alfinetes, joga os cotovelos para os lados,
e seus olhos correm como possessos, como se não compreendesse quem é e por que está
ali.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt 39.4pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Como todos são canalhas! — zomba o militar. —
Só procuram abalroar-te ou se jogar debaixo do teu cavalo! É que estão todos de
conluio contra ti!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona olha para trás, para o passageiro, e move
os lábios... Vê-se que quer dizer alguma coisa, mas da sua garganta não sai
nada, a não ser um som gutural.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt 39.4pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— O que é? pergunta o militar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona torce a boca num sorriso, força a garganta
e rouqueja:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 39.4pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— É que... patrão... coisa... o meu filho... se
finou esta semana.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Hum!...<i> </i>E de que foi que ele morreu?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona volta-se de corpo inteiro para o passageiro
e diz:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— E quem sabe lá! Vai ver, foi a febre... Ficou
três dias no hospital e se finou... É a vontade de Deus.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Vira, demônio! — soa na escuridão. — Estás
tonto ou o quê, cachorro velho? Toca para a frente!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O cocheiro torna a esticar o pescoço, a
soerguer-se, brandindo o chicote com graça pesada. Depois, por várias vezes,
ele se volta para o passageiro, mas este fechou os olhos, e pelo visto, não
está disposto a escutar. Deixando-o na Viborgskaia, Iona para diante de um
botequim, dobra-se na boleia e torna a ficar imóvel... De novo a neve úmida
tinge de branco a ele e sua égua. Passa uma hora, outra...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pelo passeio, pisando, pisando ruidosamente com
as galochas e altercando, passam três rapazes: dois deles são altos e magros,
o terceiro é baixo e corcunda.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Cocheiro, para a Ponte Policial! — grita o
corcunda com voz de trêmulo. — Nós três — por vinte copeques!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.8pt 40.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">Iona puxa as rédeas e estala os lábios. Vinte
copeques não é o preço justo, mas ele não está para pensar em preço... um
rublo ou cinco copeques, para ele dá na mesma agora – haja passageiros... Os
moços, aos empurrões e palavrões, vêm para o trenó e sobem no assento todos ao
mesmo tempo. Começa a discussão do problema: quais os dois que irão sentados, e
qual o terceiro que irá de pé? Após longos debates, bate-boca e acusações, eles
chegam à decisão de que deve viajar de pé o corcunda, por ser o menor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Anda, toca! — range o corcunda, firmando-se e
bafejando na nuca de Iona. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Descansa o cavalo! Mas que gorro o teu, hein,
mano! Pior não se acha em toda Petersburgo!...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Eh, eh... eh, eh... — gargalha Iona. — É o que
é...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Anda, tu aí, “é o que é”, toca pra frente! É
assim que vais andar o caminho inteiro? E que tal um pescoção?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt -2.0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">— A
cabeça me estala... — diz um dos compridos. Ontem, na casa dos Dukmássov, nós
dois, o Vaska e eu, limpamos quatro garrafas de conhaque.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Não entendo por que mentir! — enfeza o outro
comprido.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Mentes que nem um animal!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Que Deus me castigue se não é verdade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— É tão verdade quanto um piolho tossir.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Eh... eh... — ri Iona. — Que senhores
alegres...</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">— Arre, que os diabos te carreguem!... — indigna-se o
corcunda. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: -92.15pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">— Vais andar, carcaça velha, ou não? Isso é maneira de dirigir?
Chicote nela! Upa, diabo! Upa! Dá-lhe rijo!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona sente atrás das costas o corpo irrequieto e
a vibração da voz do<sub> </sub>corcunda. Ouve os insultos que lhe são
dirigidos, vê a gente, e o aperto da solidão pouco a pouco começa a afrouxar no
seu peito. O corcunda continua a imprecar, até que engasga num palavrão de seis
andares e desanda a tossir. Os dois compridos põem-se a conversar sobre uma
certa Nadejda Petrovna. Iona olha para eles por cima do ombro. Escolhendo um
momento propício, volta-se novamente e balbucia:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— E eu nesta semana... coisa... finou-se meu
filho!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Todos vamos nos finar... — suspira o corcunda,
enxugando os lábios depois do acesso de tosse.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Anda, toca, toca! Deus meu,
palavra que não aguento mais viajar assim! Quando é que nós vamos chegar?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Você poderia animá-lo um tiquinho — na nuca!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt 39.4pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Estás ouvindo, traste velho? Vou te encher de
pescoções! Se a gente começa a fazer cerimônia com a tua laia, acaba andando a
pé! Estás ouvindo, Dragão Gorinitch? Ou não te importa o que dizemos?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E Iona ouve, mais do que sente, o ruído do
pescoção.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Eh, eh... — ri ele. — Que senhores alegres.
Benza-os Deus!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt 40.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Cocheiro, és casado? — pergunta um dos compridos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt 40.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Eu, é? Eh, eh... Alegres senhores! Eu agora só
tenho uma mulher: a terra úmida... Eh, eh... oh, oh... A sepultura, é o que
é!... O filho, esse morreu... e eu estou vivo... Coisa esquisita, a morte errou
de porta... Em vez de vir me buscar, foi ao filho...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E Iona volta-se para contar como morreu seu
filho, mas aí o corcunda suspira aliviado e declara que, graças a Deus, eles já
chegaram, finalmente. Tendo recebido os vinte copeques, Iona fica longamente a
olhar no encalço dos farristas, que desaparecem num portão escuro. Outra vez
ele está só, e outra vez o silêncio cai sobre ele... A angústia, que amainara
um pouco, surge de novo e oprime-lhe o peito com força maior ainda. Os olhos de
Iona correm aflitos e martirizados pelas turbas que se agitam de ambos os lados
da rua: não haveria no meio desses milhares de pessoas ao menos uma que
quisesse ouvi-lo? Mas as turbas correm sem notá-lo, nem a ele, nem à sua
angústia... Angústia enorme, que não conhece limites. Se estourasse o peito de
Iona e a angústia se derramasse, ela inundaria, parece, o mundo inteiro — e, no
entanto, ela é invisível. Ele conseguiu aninhar-se numa casca tão ínfima, que
não se pode enxergá-la nem com lanterna à luz do sol...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona vê um zelador de prédio com um saco na mão
e decide falar com ele.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt 40.8pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Mano, que horas serão? — pergunta ele.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Passa das nove... E por que ficas parado aqui?
Vai andando!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona afasta-se alguns passos, dobra o corpo e
entrega-se à angústia... Dirigir-se aos homens ele já considera inútil. Mas não
passam nem cinco minutos e ele se endireita, sacode a cabeça como se sentisse uma
dor aguda e puxa as rédeas. Ele não aguenta mais.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Para casa”, pensa ele. “Para casa!”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E a eguazinha, como que adivinhando-lhe o
pensamento, põe-se a correr a trote miúdo. Cerca de hora e meia depois, Iona
já está sentado junto a uma estufa grande e suja. Em cima da estufa, nos
bancos, no chão, homens estão roncando. O ar está denso e abafado... Iona olha
para os dorminhocos, coça-se, e lamenta ter voltado para casa tão cedo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Não ganhei nem para a aveia”, pensa ele. “É por
isso que estou aflito. Um homem que entende do seu trabalho... que está de
barriga cheia, assim como o seu cavalo, esse está sempre sossegado...”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Num dos cantos, acorda um cocheiro moço,
pigarreia e estende a mão para o balde de água.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Deu vontade de beber? — pergunta Iona.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— De beber, pelo visto!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Pois é... Bom proveito.. Pois eu, mano...
morreu meu filho... Soube? Esta semana, no hospital... Que história!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona olha para ver o efeito que produziram suas
palavras, mas não vê nada. O moço puxou a coberta por cima da cabeça e já dorme.
O velho suspira e<i> </i>se coça. Assim como o moço tinha vontade de beber, ele
tem vontade de falar. Logo vai fazer uma semana que o filho morreu, e ele ainda
não conversou direito com ninguém... É preciso conversar com vagar, com
calma... É preciso contar como o filho ficou doente, como sofreu, o que disse
antes de morrer, como morreu. É preciso descrever o enterro e a viagem ao hospital
para buscar a roupa do defunto. Na aldeia ficou uma filha, Aníssia... Também
dela é preciso falar... Há tanta coisa de que ele poderia falar agora... O
ouvinte deve gemer, suspirar, compadecer-se... Melhor ainda seria falar com
mulheres. Elas podem ser burras, mas põem-se a chorar à segunda palavra.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 24.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Vou ver o cavalo”, pensa Iona. “Sempre terei
tempo para dormir... Dormirei até que chegue...”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona se veste e vai para a cavalariça, onde está
a sua égua. Ele pensa na aveia, na palha, no tempo... No filho, quando está
sozinho, ele não consegue pensar. Falar com alguém a respeito do filho, isso
ele poderia, mas pensar sozinho e imaginá-lo é para ele insuportável e
assustador...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">— Mastigas? — pergunta Iona ao seu cavalo,
vendo-lhe os olhos brilhantes. – Mastiga, anda, mastiga... Se não ganhamos para
a aveia, comeremos palha... Pois é... Já estou velho para este trabalho... O
filho é que devia trabalhar, e não eu... Aquele sim é que era cocheiro de
verdade... Se ao menos vivesse... <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iona cala-se um pouco, depois continua:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 23.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">— Assim é, mana eguinha... Não temos mais Kuzmá
Ionitch... Foi-se desta para melhor... Pegou e morreu, à toa... Agora, imagina
tu, por exemplo: tu tens um potrinho, e tu és a mãe desse potrinho... E, de
repente, imagina, esse mesmo potrinho se despacha desta para melhor... Dá pena
ou não dá?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 22.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A eguazinha mastiga, escuta e esquenta com seu
bafo as mãos do dono... </span></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;">Iona se deixa arrebatar e conta-lhe tudo...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 22.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; text-indent: 42.55pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSXKZBxc4yjUP9GnhijlSjtCY-9sWLdCjJm11v0Sn19Q0-f6exoiYH57ZgwqSCU8qimY1o42ER2XcWi0t8HDCYbhWkUJb9ytlzG8reEtiaX9j9O_ixb5ezCWH9JENm_doTKdS2QoobczFP/s1600/Tchekhov..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSXKZBxc4yjUP9GnhijlSjtCY-9sWLdCjJm11v0Sn19Q0-f6exoiYH57ZgwqSCU8qimY1o42ER2XcWi0t8HDCYbhWkUJb9ytlzG8reEtiaX9j9O_ixb5ezCWH9JENm_doTKdS2QoobczFP/s1600/Tchekhov..jpg" height="220" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; tab-stops: 22.65pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-77660441203403002882014-05-30T19:13:00.000-03:002014-05-31T17:41:28.534-03:00MEIO, BASTANTE, MESMO, ANEXO, QUITE, MENOS, ALERTA, etc.: os casos especiais de concordância nominal<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Olá,
pessoal. Tudo bom? Hoje extraí todos os meus dentes do siso e, por isso, estou
com bastante dor. Mesmo assim, senti-me animada para escrever algumas dicas
práticas de </span><i style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Gramática Normativa</i><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"> para vocês. Vamos lá!</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Sabemos
que, quando o assunto é CONCORDÂNCIA NOMINAL, a regra geral é a que prescreve o
seguinte: o(s) adjetivo(s) concorda(m), em gênero e em número, com o
substantivo (núcleo do sintagma) a que se refere(m), como em:</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Flores </span><i><u><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">raras</span></u></i><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">. => O adjetivo “raras” concorda, em
gênero (feminino, no caso) e em número (plural) com o núcleo substantivo
“flores” (palavra feminina, no plural).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Até
aqui, tudo parece muito bom e muito simples, não é? Existem, no entanto,
algumas situações um pouco mais complexas, como quando o mesmo adjetivo se
refere a dois ou mais substantivos (ex.: “Tenho por vocês <i><u>claro</u></i> </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">respeito </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">e </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">admiração</span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">”).
Esse assunto poderá (e deverá!) ser abordado em outra postagem, haja vista a
quantidade significativa de regrinhas para alguns casos semelhantes ao
apresentado. Hoje vamos tratar, mais particularmente, das situações <u>especiais</u> de
concordância nominal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Concordância
com MESMO, PRÓPRIO, JUNTO, INCLUSO, QUITE e ANEXO:</span><span style="color: #0070c0; font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Todas
essas palavrinhas, quando assumem a função de ADJETIVO, flexionam-se de acordo
com o substantivo a que se referem. Dessa maneira:</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">- </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Ela </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">MESMA fará o discurso amanhã.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">-
A PRÓPRIA </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Joana </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">assumiu a culpa pelo atraso.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">-
As minhas </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">filhas </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">sempre vão JUNTAS para a escola.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">-
Todas as </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">taxas </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">já estão INCLUSAS.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">-
É evidente que, a partir de agora, todos </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">nós </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">estamos
QUITES.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">-
Os </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">arquivos </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">seguem ANEXOS ao <i>e-mail</i>.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="background: yellow; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">ATENÇÃO
TRIPLA!!!</span></i><i><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"><span style="background-color: yellow;">1)</span>
A palavra “ANEXO”, quando acompanhada da preposição “em”, torna-se invariável.
Assim, “OS </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">ARQUIVOS </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">ESTÃO <i><u>EM ANEXO</u></i>” (no
singular mesmo).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"><span style="background-color: yellow;">2)</span>
A palavra “MESMO”, quando assume o caráter de advérbio (= <i>realmente</i>),
fica invariável. Dessa forma, “NÓS GOSTAMOS DE FRUTAS <i><u>MESMO</u></i>”
(= realmente, de fato).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"><span style="background-color: yellow;">3)</span>
“JUNTO”, quando acompanhado de preposição antecedente (“de”, “a” ou “com”),
fica invariável: “OS DOCUMENTOS SEGUEM <i><u>JUNTO COM O</u> / <u>DO</u></i> TERMO
DE RESPONSABILIDADE”.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Concordância
com MEIO e BASTANTE:</span><span style="color: #0070c0; font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Quando
essas palavras funcionam como adjetivos, concordam, em gênero e em número, com
o núcleo substantivo:</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">a)
O Pedro quis tomar apenas <u>MEIA</u> </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">cerveja </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">hoje
(MEIA = METADE).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">b)
Eu tomei vários <u>MEIOS</u> </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">cálices </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">de vinho ontem (vários MEIOS = várias
METADES).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">c)
Há <u>BASTANTES</u> </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">pessoas </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">no salão de shows.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">d)
Tinha <u>BASTANTE</u> </span><span style="color: red; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">gente </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">prestando o concurso de ontem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Essas mesmas palavras, contudo, ficam <b><i><u>invariáveis</u></i></b> quando
assumem o valor de advérbio:</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">a) Percebi
que a primeira candidata estava <u>MEIO</u> nervosa na entrevista (MEIO
= UM POUCO, UM TANTO).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Aqui, a palavra “meio”, por funcionar como advérbio, não
concorda com o substantivo “candidata”.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">b) Nós
gostamos <u>BASTANTE</u> de estudar Língua Portuguesa (BASTANTE
= MUITO).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Nesse caso, "bastante" contempla o sentido de intensidade em relação ao verbo “gostar”, ou seja, apresenta o mesmo funcionamento do advérbio intensificador “muito”.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Percebam
que, quando essas palavras estiverem relacionadas ao substantivo, elas serão
<i>variáveis </i>e, portanto, sofrerão flexão de acordo com o próprio núcleo
substantivo a que se referirem. Quando estiverem relacionadas ao verbo,
atribuindo intensidade a ele, deverão permanecer <i>invariáveis</i>, justamente por
adquirirem <i>status</i> adverbial (conforme a própria expressão
indicia, “[ad]<u>vérbio</u>” é o termo que se relaciona com o verbo).</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">CONCORDÂNCIA
COM “ALERTA” E “MENOS”:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Essas
palavras permanecem <i><u>invariáveis</u></i>; por isso, temos o seguinte:</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">a)
Os soldados estão sempre <u>ALERTA</u>.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">b)
Na palestra deste ano, havia <u>MENOS</u> pessoas.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: yellow; font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;">Galera,
aproveito para destacar que, de acordo com a Gramática Tradicional, a palavra
MENAS não deve ser utilizada nunca, ainda que se refira a um substantivo
feminino.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, serif; line-height: 150%;"> É
só isso. Abraços. Bom final de semana!</span></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUkYFtHWYtruwenq0Wwr66BRMqJ6C_-9K1yaXy4_dG1AqoNvXBm0EOmbQVNc3CZ4no9KG63oi-RInQik2ppL0XF0MiGi2iGEkwnCoy2wVwgrJWyU4yCOaBLuZXY6ZElF_o5lPloaqK2w1c/s1600/CONCORD%C3%82NCIA+NOMINAL..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUkYFtHWYtruwenq0Wwr66BRMqJ6C_-9K1yaXy4_dG1AqoNvXBm0EOmbQVNc3CZ4no9KG63oi-RInQik2ppL0XF0MiGi2iGEkwnCoy2wVwgrJWyU4yCOaBLuZXY6ZElF_o5lPloaqK2w1c/s1600/CONCORD%C3%82NCIA+NOMINAL..jpg" height="206" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-11549378120984620572014-05-23T09:54:00.001-03:002014-05-23T12:31:05.676-03:00Sinto UMA DÓ ou UM DÓ? As atribuições de gênero na Língua Portuguesa<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Bom dia, pessoal! Tudo bem?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A dica de hoje é sobre o gênero do substantivo "<i>dó</i>". Vamos lá...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A palavra “dó”, na Língua Portuguesa, é classificada
como um substantivo do gênero MASCULINO, que significa “sentimento de
compaixão, de piedade ou de grande pesar”. Por essa razão, o mais adequado é
dizer que <span style="background-color: #f4cccc;">“sinto <u>UM DÓ </u>danado quando vejo a Maria chorar”</span>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A grande maioria dos falantes do português, no
entanto, atribui ao substantivo “dó” o gênero feminino e, assim, diz que “sente
UMA dó [...]”. Possivelmente os falantes associem essa palavra ao termo “pena”,
que é um substantivo feminino (“O Joaquim está com muita pena do Fernando”) e pode igualmente significar “compaixão”, “tristeza”.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa atribuição inadequada de gêneros ao substantivo também acontece com a palavra “alface”, que, por sua vez, é FEMININA (portanto, <span style="background-color: #f4cccc;">“<u>A ALFACE</u>”</span>), mas que, na linguagem coloquial,
é produzida como substantivo masculino (“o alface”) - talvez por influência da
expressão “ (o) pé de alface”. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>*** Percebam que o termo DÓ, embora masculino, é percebido como feminino; ao contrário de ALFACE, que é feminino, mas ocorre como masculino!</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De qualquer forma, é importante sabermos quais são as
expressões ditadas pela Gramática Padrão. Não podemos fechar os olhos, contudo,
para as mudanças que acontecem naturalmente na língua, graças à frequência de
uso por parte dos falantes. No caso da palavra “dó”, como bem observa Bagno no livro <i><u>Não é errado falar assim</u> </i>(2009,
p. 146), verifica-se que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">O
uso de <i>dó</i> no feminino já aparece até
em letras de música compostas por alguém como Arnaldo Antunes, que, além de
músico, é também um poeta criativo, original, respeitado pela crítica como bom
conhecedor e usuário da língua literária. É o caso, por exemplo, da bela ‘De
mais ninguém’, parceria dele com Marisa Monte, cujos primeiros versos são:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Se ela me deixou,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">A dor é minha só,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Não é de mais ninguém;<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<i><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Aos outros eu devolvo <u>a dó</u>,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 3cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><i><span style="color: #666666;">Eu tenho a minha dor.</span></i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De qualquer modo, saibamos que DÓ, ao contrário de ALFACE
(peço desculpas pela falta de relação de sentido entre os termos!), é um <u>substantivo masculino</u> de acordo com as normas cultas da Língua
Portuguesa. Se quisermos e precisarmos seguir os preceitos da Gramática Padrão,
é necessário ter em mente a dica de hoje.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abração.</span><o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-joQJ5OSbK9yJG_-iSmUETRu-fEJoQ8fNW7q7LzCUrR8hdQzjSSTXjiWkfwQKwHrwv5mV9cyjky0Ohuz_JgPV42KIOuh9U8BAsAS7j6CXBkh0MdSMy1DyyID6hVKSKq0JHpxOYiTy9OJj/s1600/Que+d%C3%B3....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-joQJ5OSbK9yJG_-iSmUETRu-fEJoQ8fNW7q7LzCUrR8hdQzjSSTXjiWkfwQKwHrwv5mV9cyjky0Ohuz_JgPV42KIOuh9U8BAsAS7j6CXBkh0MdSMy1DyyID6hVKSKq0JHpxOYiTy9OJj/s1600/Que+d%C3%B3....jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-47761213551883092562014-05-20T11:59:00.001-03:002014-06-21T09:44:55.807-03:00“HÁ” ou “A”?: noções de tempo<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá, pessoal! Tudo bom?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na escrita, as pessoas geralmente ficam confusas em relação ao emprego do verbo “há” (haver) ou da preposição “a” para a indicação de tempo.
Uma dica simples para diferenciar o uso das duas formas é a seguinte: o verbo “HAVER”
é utilizado com a noção de TEMPO DECORRIDO, ou seja, de tempo PASSADO, a partir
do momento atual. A preposição “A”, em contrapartida, é utilizada para fazer
referência a noções temporais FUTURAS, ou seja, que ainda acontecerão. Vejamos
as diferenças:<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i><span style="color: red;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i><span style="color: red;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><u>HÁ/HAVIA (HAVER - verbo)</u>:<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Estou sem comer chocolate HÁ quase dois anos.<o:p></o:p></i></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Não vejo a Paula HÁ mais de cinco semanas.<o:p></o:p></i></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: #666666;">Os irmãos não paravam de brigar HAVIA mais
de quatro horas.</span></i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i><span style="color: red;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><u>A (preposição)</u>:</span></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Daqui A uma semana, será o casamento.</i></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><o:p></o:p></i></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: #666666;">Estamos A poucos meses das próximas
eleições.</span></i><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fácil, não é?</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abraços.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxfmgwmAQT1wlrji1zLhZ90mQMTHXq7mPq7-aAHI6vyECDsP4lJChuCFnNuk9ebn2Ek0F3ycXPS05MYswhrD9txQ9yvQqNH_X2Bw7FZ2lWjSdwDU0gTnW8Lt3NzPRxITn-sv2puMns2Lwz/s1600/TEMPO+-+COELHO..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxfmgwmAQT1wlrji1zLhZ90mQMTHXq7mPq7-aAHI6vyECDsP4lJChuCFnNuk9ebn2Ek0F3ycXPS05MYswhrD9txQ9yvQqNH_X2Bw7FZ2lWjSdwDU0gTnW8Lt3NzPRxITn-sv2puMns2Lwz/s1600/TEMPO+-+COELHO..jpg" height="320" width="316" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="line-height: 150%;"> </span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-81912559312603126952014-05-16T18:07:00.003-03:002014-05-19T17:35:54.853-03:00MANIA DE EXPLICAÇÃO: definições mais simples para coisas complicadas da vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4FzvFT5TkjAC-VF_a6EIri_V9N_f9B3do5RURMFF47S2xRsLXlBimoIf-VCcDoQTl18pFIePTJBLK4RvrroaAs3iuSQ53izBohhs-dQTP20zau1qOfoF7FHmv9NbOftB3QA_odwCThvaX/s1600/MANIA+DE+EXPLICA%C3%87%C3%83O..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4FzvFT5TkjAC-VF_a6EIri_V9N_f9B3do5RURMFF47S2xRsLXlBimoIf-VCcDoQTl18pFIePTJBLK4RvrroaAs3iuSQ53izBohhs-dQTP20zau1qOfoF7FHmv9NbOftB3QA_odwCThvaX/s1600/MANIA+DE+EXPLICA%C3%87%C3%83O..jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Montagem com as páginas do livro (por </i>JPadovani<i>)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para este fim de semana, que tal uma visão mais espontânea e menos complicada do mundo? O frescor do olhar de uma criança pode ajudar-nos a simplificar aquilo que nos parece tão difícil. </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No livro <i>Mania de Explicação</i>, de Adriana Falcão, são dadas diversas definições para inúmeras coisas (na maioria, sentimentos) que, muitas vezes, não conseguimos explicar de forma natural e autêntica. Por meio do olhar de uma menininha muito curiosa, a narrativa compõe um quadro bem humorado, simples e "redondinho", com definição para todas as complicações da vida. </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O que você diria, por exemplo, se lhe perguntassem o que é SOLIDÃO, AGONIA, ANSIEDADE, ORGULHO? Parece difícil, não é? Para a criança do livro, contudo, essas coisas todas podem ser explicadas de maneira muito direta:</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- <i>Solidão </i>é uma ilha com saudade de barco.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- <i>Agonia </i>é quando o maestro de você se perde completamente.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- <i>Ansiedade </i>é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- <i>Orgulho </i>é uma guarita entre você e o de frente.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E, assim, a menina constrói uma espécie de "dicionário" com definições simples para as confusões do dia-a-dia. </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A obra em questão teve, em 2001, duas indicações para o Prêmio Jabuti e recebeu o Prêmio Ofélia Fontes, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Gostou? Dá vontade de ler o livro inteiro, né?</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abraços.</span></b></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-10575684221061281972014-05-13T16:57:00.002-03:002014-05-14T07:41:17.058-03:00ESTAR GANHO & TER GANHADO: ele pensou que tivesse GANHADO na loteria...<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><b>Olá, galera! Tudo bem?</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Antes de começarmos o assunto desta postagem,
precisamos saber o que é particípio. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">Resumidamente, PARTICÍPIO é uma das formas nominais
do verbo, assim como o infinitivo e o gerúndio. Além de apresentarem valor
verbal, essas formas também podem desempenhar função de nomes; por essa razão, são
chamadas de </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">formas nominais</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">. O
particípio (termina em </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">–ado </i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">ou em </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">–ido</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">), por exemplo, </span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><u>pode</u></b><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"> valer por um adjetivo (homem </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">sabido</i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">). É imprescindível saber, ainda, que o particípio exprime,
basicamente, a conclusão de uma ação verbal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;">(*BECHARA, E. <i>Moderna
Gramática Portuguesa</i>, 2006, p. 224.)</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muitos verbos apresentam como particípio a FORMA
REGULAR terminada em “-ado” (primeira conjugação) ou “-ido” (segunda e terceira
conjugações), como:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">CANTAR </span></i>(primeira conjugação): cantado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">CORRER </span></i>(segunda conjugação): corrido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">PARTIR </span></i>(terceira conjugação): partido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Outros verbos, contudo, apresentam duas formas para o
particípio: a regular (normal) e a irregular (reduzida). Esses verbos são
chamados de <i>abundantes</i>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">ACEITAR</span></i>: <u>aceitado</u> (particípio regular) e <u>aceito</u>
(particípio irregular).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">ACENDER</span></i>: <u>acendido</u> (particípio regular) e <u>aceso</u>
(particípio irregular).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><span style="color: red;">IMPRIMIR</span></i>: <u>imprimido</u> (particípio regular) e <u>impresso</u>
(particípio irregular).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se houver “abundância” (rsrs...), quando devo utilizar
a forma regular e quando devo usar a outra? Muito bem... Basta prestar atenção
nos verbos que antecedem o particípio em questão. Como eles geralmente formam
locuções verbais, o verbo auxiliar será o grande responsável pela determinação
do tipo do particípio. Dessa forma, se o auxiliar for o verbo “TER” ou “HAVER”,
o particípio será REGULAR; se os auxiliar for “SER” ou “ESTAR”, o particípio
ficará na forma reduzida (irregular, portanto).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sabe aquelas expressões cotidianamente utilizadas por
todos nós, como “eu já <b><i><u>tinha pago</u></i></b> [...]” ou “ele <b><i><u>havia
ganho</u></i></b> muitos prêmios [...]”? Pois é, pessoal... O mais adequado é dizer
“eu já tinha PAGADO” e “ele havia GANHADO”. Tudo isso pelo fato de os verbos “pagar”
e “ganhar” admitirem as duas formas do particípio e, também, por estarem
ladeados pelos auxiliares “ter” e “haver”, o que determina o emprego do
particípio <u>regular</u>. O uso das formas irregulares (<i>ter pago</i>, <i>ter ganho</i>, etc.),
todavia, já está tão difundido na língua falada, que não mais pode ser taxado
como ERRO, mas como uma tendência do falante à hipercorreção ou, ainda, como
uma preferência dele pelas formas mais sintéticas (mais curtinhas).<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>É isso!<o:p></o:p></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Abração.</b><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIzVNJ8XHForP4FVhh9psvOv2q57EIqOQ994hV-TOKxsVx8GeMeBHM0YlT7vVbXwCgzLEM3kg3_K26VTJI5VHnSQPViUpnZa2Tr7N6OYGNncsONb2CdmW1wKQNK3tvdpC7KXT9zdO_7E6Q/s1600/PARTIC%C3%8DPIOS..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIzVNJ8XHForP4FVhh9psvOv2q57EIqOQ994hV-TOKxsVx8GeMeBHM0YlT7vVbXwCgzLEM3kg3_K26VTJI5VHnSQPViUpnZa2Tr7N6OYGNncsONb2CdmW1wKQNK3tvdpC7KXT9zdO_7E6Q/s1600/PARTIC%C3%8DPIOS..jpg" height="264" width="320" /></a></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<o:p><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-15387833619814616622014-05-10T23:55:00.000-03:002014-05-14T15:26:23.971-03:00MAMÃES...<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Feliz DIA DAS MÃES para aquelas que são as criaturas mais adoráveis e mais dignas de todo o amor do universo. </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Especialmente para a minha mãe, agora, gostaria de destacar o quanto eu a amo e o quanto sou grata a Deus por ter a companhia e o carinho dela.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Parabéns a todas as mamães! </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um dia é pouquíssimo para homenageá-las.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abaixo, acrescento a crônica de Rubem Braga dedicada ao <i>Dias das Mães</i>. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Uma boa (e deliciosa) leitura a tod@s! </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abraços.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div align="center" style="background-color: white;">
<span style="color: #ba231b; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><u>MÃE</u></b></span></div>
<div style="background-color: white; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;"><strong><i>Rubem Braga</i></strong></span></div>
<div align="justify" style="background-color: white;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />O menino e seu amiguinho brincavam nas primeiras espumas; o pai fumava um cigarro na praia, batendo papo com um amigo. E o mundo era inocente, na manhã de sol.<br />Foi então que chegou a Mãe (esta crônica é modesta contribuição ao Dia das Mães), muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos escuros, uma esteirinha para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear — e trouxe seu coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito achando que o menino estava muito longe e o mar estava muito forte.<br />Depois de fingir três vezes não ouvir seu nome gritado pelo pai, o garoto saiu do mar resmungando, mas logo voltou a se interessar pela alegria da vida, batendo bola com o amigo. Então a Mãe começou a folhear a revista mundana — "que vestido horroroso o da Marieta neste coquetel" — "que presente de casamento vamos dar à Lúcia? tem de ser uma coisa boa" — e outros pequenos assuntos sociais foram aflorados numa conversa preguiçosa. Mas de repente:<br /><br />— Cadê Joãozinho?<br /><br />O outro menino, interpelado, informou que Joãozinho tinha ido em casa apanhar uma bola maior.<br /><br />— Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho! Vai lá, João, para atravessar com ele, pelo menos na volta!<br /><br />O pai (fica em minúscula; o Dia é da Mãe) achou que não era preciso:<br /><br />— O menino tem OITO anos, Maria!<br /><br />— OITO anos, não, oito anos, uma criança. Se todo dia morre gente grande atropelada, que dirá um menino distraído como esse!<br /><br />E erguendo-se olhava os carros que passavam, todos guiados por assassinos (em potencial) de seu filhinho.<br /><br />— Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada.<br /><br />Talvez a sombra do medo tivesse ganho também o coração do pai; mas quando ele se levantou e calçou a alpercata para atravessar os vinte metros de areia fofa e escaldante que o separavam da calçada, o garoto apareceu correndo alegremente com uma bola vermelha na mão, e a paz voltou a reinar sobre a face da praia.<br />Agora o amigo do casal estava contando pequenos escândalos de uma festa a que fora na véspera, e o casal ouvia, muito interessado — "mas a Niquinha com o coronel? não é possível!" — quando a Mãe se ergueu de repente:<br /><br />— E o Joãozinho?<br /><br />Os três olharam em todas as direções, sem resultado. O marido, muito calmo — "deve estar por aí", a Mãe gradativamente nervosa — "mas por aí, onde?" — o amigo otimista, mas levemente apreensivo. Havia cinco ou seis meninos dentro da água, nenhum era o Joãozinho. Na areia havia outros. Um deles, de costas, cavava um buraco com as mãos, longe.<br /><br />— Joãozinho!<br /><br />O pai levantou-se, foi lá, não era. Mas conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele.<br /><br />— Não sei, eu estava catando conchas, ele estava catando comigo, depois ele sumiu.<br /><br />A Mãe, que viera correndo, interpelou novamente o amigo do filho. "Mas sumiu como? para onde? entrou na água? não sabe? mas que menino pateta!" O garoto, com cara de bobo, e assustado com o interrogatório, se afastava, mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço: "Mas diga, menino, ele entrou no mar? como é que você não viu, você não estava com ele? hein? ele entrou no mar?".<br /><br />— Acho que entrou... ou então foi-se embora.<br /><br />De pé, lábios trêmulos, a Mãe olhava para um lado e outro, apertando bem os olhos míopes para examinar todas as crianças em volta. Todos os meninos de oito anos se parecem na praia, com seus corpinhos queimados e suas cabecinhas castanhas. E como ela queria que cada um fosse seu filho, durante um segundo cada um daqueles meninos era o seu filho, exatamente ele, enfim — mas um gesto, um pequeno movimento de cabeça, e deixava de ser. Correu para um lado e outro. De súbito ficou parada olhando o mar, olhando com tanto ódio e medo (lembrava-se muito bem da história acontecida dois a três anos antes, um menino estava na praia com os pais, eles se distraíram um instante, o menino estava brincando no rasinho, o mar o levou, o corpinho só apareceu cinco dias depois, aqui nesta pr aia mesmo!) — deu um grito para as ondas e espumas — "Joãozinho!".<br />Banhistas distraídos foram interrogados — se viram algum menino entrando no mar — o pai e o amigo partiram para um lado e outro da praia, a Mãe ficou ali, trêmula, nada mais existia para ela, sua casa e família, o marido, os bailes, os Nunes, tudo era ridículo e odioso, toda essa gente estúpida na praia que não sabia de seu filho, todos eram culpados — "Joãozinho !" — ela mesma não tinha mais nome nem era mulher, era um bicho ferido, trêmulo, mas terrível, traído no mais essencial de seu ser, cheia de pânico e de ódio, capaz de tudo — "Joãozinho !" — ele apareceu bem perto, trazendo na mão um sorvete que fora comprar. Quase jogou longe o sorvete do menino com um tapa, mandou que ele ficasse sentado ali, se saísse um passo iria ver, ia apanhar muito, menino desgraçado!<br />O pai e o amigo voltaram a sentar, o menino riscava a areia com o dedo grande do pé, e quando sentiu que a tempestade estava passando fez o comentário em voz baixa, a cabeça curva, mas os olhos erguidos na direção dos pais:<br /><br />— Mãe é chaaata...</span><span style="background-color: transparent;"> </span></div>
</blockquote>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maio, 1953. </span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><em><span style="color: #444444;">Rubem Braga é considerado o melhor cronista brasileiro de todos os tempos.</span></em></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #444444;"><em><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Disponível em: <</span></em><i style="text-align: right;">http://www.releituras.com/rubembraga_mae.asp>.</i></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;"><i style="text-align: right;"><br /></i></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVLLgOwciRs_fVb8huTuwlQQV5u_c7TwRhZp89PbYAENQTcDXjwmH2kM5qWuc8et42S7VeeT4uKEd8dqf9t-AY_Z26K96E811lki6has_N213fVINsEc1Hbn5vlK0L0EuSEg6mRh7A2YAb/s1600/M%C3%83ES..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVLLgOwciRs_fVb8huTuwlQQV5u_c7TwRhZp89PbYAENQTcDXjwmH2kM5qWuc8et42S7VeeT4uKEd8dqf9t-AY_Z26K96E811lki6has_N213fVINsEc1Hbn5vlK0L0EuSEg6mRh7A2YAb/s1600/M%C3%83ES..jpg" height="300" width="400" /></a></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;"><i style="text-align: right;"><br /></i></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-49243445752221586222014-05-05T10:04:00.000-03:002014-05-05T21:27:12.153-03:00As camisas são VERDES, mas as gravatas são CINZA: a flexão das cores<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><u>Como é a concordância com nomes
indicativos de COR</u>? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olá!</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dizer ou escrever “AS MINHAS
BLUSAS SÃO VERDES” parece ser algo que não deixa espaço para dúvidas. Nesse
caso, o adjetivo “verdes” – indicativo de cor – concorda, em número e em
gênero, com o substantivo “blusas” (núcleo da oração). A base para a
concordância de nomes indicativos de COR é sempre essa, então? Não
necessariamente!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Segundo os padrões da norma
culta, o mais adequado é dizer, em outro caso, “AS MINHAS BLUSAS SÃO <u>ROSA</u>”
(e não <i>ROSAS</i>). Isso tudo pelo fato de
“rosa” ser, na morfologia da Língua Portuguesa, um SUBSTANTIVO – diferentemente
de “verde”, que é um adjetivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dessa maneira, se o nome
indicativo de cor equivaler a um <u>substantivo</u>, não haverá concordância dele com
o núcleo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mais exemplos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- João comprou várias <i>gravatas</i> <u>cinza</u>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Marcela prefere os <i>vestidos</i> <u>gelo</u>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Eduardo trocou as <i>camisas</i> brancas pelas <u>rosa</u>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pessoal, é importante observar que, se o substantivo em
questão (cinza, rosa, gelo, etc.) não indicar cor, a flexão dele passa a
ocorrer de forma "normal". Dessa maneira, “AS <i><u>CINZAS</u></i>
DE UM VULCÃO NO CHILE PARALISARAM OS AEROPORTOS LOCAIS”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há, ainda, outra dica para a concordância
das cores. Se você tiver um adjetivo <b><u>composto</u></b>
(dois ou mais elementos) que indique cor, deve parar para analisá-lo! Se ele
for formado por dois adjetivos (ex.: calças <u>azul</u>-<u>arroxeadas</u>), apenas
o último deles será flexionado. Se você tiver, contudo, um caso de <i>adjetivo + substantivo</i> ou vice-versa (<i>substantivo + adjetivo</i>), aí nenhum
elemento da composição será flexionado (ex.: azul-petróleo, rosa-escuro,
cinza-claro, verde-musgo, azul-pavão, etc.), mesmo se o núcleo da oração
estiver no plural.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">PORTANTO:<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Folhas <u>verde-escuras</u>
(adjetivo + adjetivo) => último elemento é flexionado.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">MAS:<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: red;">Camisas <u>verde-piscina</u>
(adjetivo + substantivo) => nenhum elemento é flexionado.</span><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Última dica:</i> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">São INVARIÁVEIS os adjetivos "azul-celeste", "azul-marinho" (<i>celeste </i>e <i>marinho</i>, no caso, especificam o tipo do azul) e "ultravioleta".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Vale lembrar que essas regras são
as preconizadas pela Gramática Tradicional. Na língua falada, é muito comum que
façamos a flexão das cores, ainda que a “norma” destaque um caso em que os
elementos são invariáveis (cor = substantivo ou, ainda, adjetivo composto por
adjetivo + substantivo). </span><o:p></o:p><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É isso!</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abraços.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj788OOII9WDb3nzI5pt7u8Y08GgbQb4UxxSRENhuvHYixBGfpQ73zS9lDC-3YIpRuPOlUWhBlH5rpB5JzcXakC-AgPKTZjx8iIDgKoDoj6AT1pJD_0pRhslBd7h7NJDaejBxGlIjh5asyD/s1600/Cores..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj788OOII9WDb3nzI5pt7u8Y08GgbQb4UxxSRENhuvHYixBGfpQ73zS9lDC-3YIpRuPOlUWhBlH5rpB5JzcXakC-AgPKTZjx8iIDgKoDoj6AT1pJD_0pRhslBd7h7NJDaejBxGlIjh5asyD/s1600/Cores..jpg" height="281" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-1691284700555008692014-05-02T10:10:00.000-03:002014-05-19T17:42:34.968-03:00expoemas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQwCGa_bIqAlaWzl_jJ8fl-yZR8DrdZkVtBr2FRVYZOnT4aLNTD_zBrgUrLtqCi337-9yYn0qL-eH8yWoHSDZkFKF7WsVWrnSpNLpdkXcLv28elWldCDXBiwVwwiZq6bgipoLBkQX0CIfw/s1600/P%C3%B3s-tudo..gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQwCGa_bIqAlaWzl_jJ8fl-yZR8DrdZkVtBr2FRVYZOnT4aLNTD_zBrgUrLtqCi337-9yYn0qL-eH8yWoHSDZkFKF7WsVWrnSpNLpdkXcLv28elWldCDXBiwVwwiZq6bgipoLBkQX0CIfw/s1600/P%C3%B3s-tudo..gif" height="280" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>pós-tudo (1984)</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>augusto de campos</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para interagir com a obra do autor, </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">aventure-se pelo seguinte endereço oficial:</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><http://www2.uol.com.br/augustodecampos>.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É muito divertido!</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Quem é Augusto de Campos?</i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Poeta, tradutor, ensaísta e crítico literário nascido em 1931, em São Paulo. </span><span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Com o seu irmão - Haroldo de Campos - e com Décio Pignatari, lançou o movimento de </span><i style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Poesia Concreta</i><span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> no Brasil.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-63553482596078287462014-05-01T14:49:00.001-03:002014-05-05T08:19:59.214-03:00DRUMMOND e o MUNDO<div align="center" class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="color: #ba231b; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 18.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os ombros suportam o mundo</span></b><b><o:p></o:p></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="font-size: 9pt;">Carlos
Drummond de Andrade</span></b><b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 10pt;">Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 10pt;">Tempo de absoluta depuração.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: 10pt;">Tempo em que não se diz mais: meu amor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 10pt;">
Porque o amor resultou inútil.<br />
E os olhos não choram.<br />
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.<br />
E o coração está seco.<br />
<br />
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.<br />
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,<br />
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.<br />
És todo certeza, já não sabes sofrer.<br />
E nada esperas de teus amigos.<br />
<br />
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?<br />
Teus ombros suportam o mundo<br />
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.<br />
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios<br />
provam apenas que a vida prossegue<br />
e nem todos se libertaram ainda.<br />
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,<br />
prefeririam (os delicados) morrer.<br />
Chegou um tempo em que não adianta morrer.<br />
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.<br />
A vida apenas, sem mistificação.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: center;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E assim caminha a humanidade, moçada: frieza e falta de mãos dadas. Aproveito o ensejo para
outra reflexão drummondiana – se me permitem –, belissimamente ilustrada por
Ceó:<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; text-align: center;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnDtZTUBBdaBKo8s_1szFhBIbIt_-Trhyphenhyphen-GzilmWUhx-e0vsFEepWeZHnzpqbxBFxWzSLvra0GFgFOalsVVGgieP-hVBFkmzLWrnZ9YbgVvLxkzQS9y-EDOwYHUSVUYULR2RGFGW1Pu3GL/s1600/Drummond..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnDtZTUBBdaBKo8s_1szFhBIbIt_-Trhyphenhyphen-GzilmWUhx-e0vsFEepWeZHnzpqbxBFxWzSLvra0GFgFOalsVVGgieP-hVBFkmzLWrnZ9YbgVvLxkzQS9y-EDOwYHUSVUYULR2RGFGW1Pu3GL/s1600/Drummond..jpg" height="640" width="363" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> É isto mesmo o que nos falta: o tempo de NADA, o tempo para aqueles
“nadas” que se tornam o nosso "tudo". Pode parecer pieguice, mas o fato é que devemos viver os pequenos prazeres do mundo enquanto ainda há tempo de desfrutá-los. Para fechar, lembremos que, às vezes, "a vida precisa de pausas" (DRUMMOND).</span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-50800250274763959092014-04-28T14:26:00.000-03:002014-04-28T16:37:20.743-03:00VOCÊS SABIAM? Dica de Ortografia...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A ortografia da Língua Portuguesa é tão impressionante, que
palavras com o mesmo som às vezes são escritas de forma diferente. É o caso de
<i>RUSSO </i>e <i>RUÇO</i>. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quem nunca utilizou a famosa expressão “A COISA ESTÁ RUÇA” para
dizer que algo está muito complicado? Pois é... Como vocês perceberam, devemos
grafar o termo com cedilha mesmo. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por outro lado, para designar qualquer coisa que se refira à
Rússia (pessoas, comidas ou paisagens russas, por exemplo), devemos grafar a
expressão com “ss”.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: red;"><b><u>RESUMINHO:</u></b></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- para situações complicadas ou adversas: RUÇO ou RUÇA </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Ex.: A situação em casa está <i>ruça </i>ultimamente).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- para coisas referentes à Rússia: RUSSO ou RUSSA </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Ex.: Fui a um restaurante <i>russo </i>na semana passada).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Notem que é fácil saber diferenciar uma situação da outra. A
coisa não está tão ruça assim, pessoal! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgegg-KyPRovVD2-0cYZ1JGfmpYCrrvyxcnNWV4dGXY0zGZnT2JKxS0tzofnzjIiMq1s88yF_Sfui3RXmXvHxxanpYHMLE9y6XJ2X03LDIEECP-cA2DRB3PGDOpxKGyXMgiFhwlApI4m4lW/s1600/Ortografia..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgegg-KyPRovVD2-0cYZ1JGfmpYCrrvyxcnNWV4dGXY0zGZnT2JKxS0tzofnzjIiMq1s88yF_Sfui3RXmXvHxxanpYHMLE9y6XJ2X03LDIEECP-cA2DRB3PGDOpxKGyXMgiFhwlApI4m4lW/s1600/Ortografia..jpg" height="183" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-11467055924583189682014-04-24T16:25:00.001-03:002014-05-03T10:07:38.458-03:00“Saiu de casa pai e filho” & “Saíram de casa pai e filho”: concordância verbal<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><b>Olá, amigos concurseiros e vestibulandos! Como estão?</b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sabemos que o conteúdo de CONCORDÂNCIA VERBAL e
NOMINAL sempre é cobrado pelas provas de concursos públicos e de vestibulares.
Não é à toa que isso ocorre, galera. No nosso dia-a-dia, tanto na fala quanto
na escrita, recorremos (de acordo, ou não, com a norma culta) à concordância
verbal e nominal com muita frequência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Enfim, hoje abordaremos, de maneira mais específica,
algumas questões relacionadas à concordância VERBAL, que é – conforme indicado
pelo próprio nome da expressão – aquela que ocorre entre o VERBO da oração e o
sujeito. Vamos lá!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Basicamente, até o momento em que o nosso sujeito é
simples, tudo parece muito fácil: o verbo deve concordar, em número e em pessoa,
com o sujeito da oração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplo:</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><span style="color: red;">Os <u>leitores</u> de Gabo</span></b><span style="color: red;">
</span><b><span style="color: #0070c0;">se
entristeceram</span></b><span style="color: #0070c0;"> </span>com a morte do
escritor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>- <b><span style="color: red;">sujeito:</span></b><span style="color: red;"> </span>simples,
com <u>núcleo</u> na terceira pessoa do plural.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>- <b><span style="color: #0070c0;">verbo:</span></b><span style="color: #0070c0;"> </span>terceira
pessoa do plural.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As dificuldades começam a surgir a partir do momento
em que o sujeito é classificado como COMPOSTO, isto é, quando apresenta dois ou
mais núcleos. Nesse caso, o que devemos fazer para estabelecer a concordância entre o
verbo e os múltiplos núcleos do sujeito? Muitos podem dizer: “basta concordar
com todos os núcleos e deixar o verbo no plural”, mas será que isso é, de fato,
suficiente? Se assim fosse, uma ocorrência como <i>“<span style="color: #0070c0;">Saiu </span>de casa <span style="color: red;">o pai e o filho</span>” </i>deveria estar inadequada, segundo
os padrões normativos da variante culta da LP. Afirmo-lhes, no entanto, que a
concordância acima está “correta” (como gostam de dizer os puristas), assim
como também está adequada a concordância de <i>“Fomos nós <span style="color: red;">quem </span><span style="color: #0070c0;">fez </span>o
trabalho de Língua Portuguesa”</i>. Por quê? Com base nisso, vou passar algumas
regrinhas que considero como as “mais fundamentais" de
concordância verbal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b style="background-color: #ea9999;"><u>CONCORDÂNCIA VERBAL</u>:</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">A) Com sujeito composto <b><u>antes</u></b> do verbo:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O verbo concorda com todos os núcleos do sujeito e,
dessa forma, flexiona-se no PLURAL.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplo:</i> “<i><span style="color: red;">O pai e o filho</span></i><span style="color: red;"> </span><span style="color: #0070c0;">saíram </span>de casa”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">B) Com sujeito composto <b><u>depois</u></b> do verbo:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há duas possibilidades: o verbo pode <u>concordar com
todos os núcleos do sujeito</u> (flexiona-se no plural, portanto) <u>ou</u>
pode concordar <u>apenas com o núcleo mais próximo</u> (fica no singular).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplo: </i>“<span style="color: #0070c0;">Saíram </span>de
casa <i><span style="color: red;">o pai e o
filho</span></i>” OU “<span style="color: #0070c0;">Saiu </span>de casa <i><span style="color: red;">o pai </span>e o
filho</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No último caso, o verbo “sair” concorda apenas com o
núcleo mais próximo (“pai”, ainda que “filho” também seja núcleo do sujeito
composto “o pai e o filho”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">C) Com sujeito composto por pessoas gramaticais
diferentes:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O verbo deverá ir para o plural da pessoa que
prevalece. Quanto à “hierarquia” das pessoas gramaticais, temos o seguinte: a 1ª
pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª. Trocando
em miúdos, a 1ª pessoa prevalece sobre todas as outras; depois, vem a 2ª e, por
último, a 3ª (como em uma ordem crescente normal). Assim, seguem os exemplos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>- <u>Eu</u></i></b> e <b><i><u>tu</u></i></b>, Clarinha, <span style="color: blue;">devemos
partir</span> logo daqui. → 1ª pessoa do plural (1ª sobre a 2ª).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>- <u>Eu</u></i></b> e o <b style="text-decoration: underline;"><i>Carlos</i></b> <span style="color: blue;">queremos organizar</span>
uma grande festa à fantasia. → 1ª pessoa do plural (1ª sobre a 3ª).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>- <u>Tu</u></i></b> e os <b><i><u>teus amigos</u></i></b> <span style="color: blue;">deveis
procurar</span> ajuda. → 2ª pessoa do plural (2ª sobre a 3<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">ª).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">D) Sujeito = pronome relativo “QUE”:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse caso, o verbo concorda, em número e em pessoa,
com o antecedente do pronome. Há, ainda, outras regras, mas essa é a mais
frequente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplos:</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fui <i><u>eu</u></i>
<span style="color: red;">que </span><i><u>falei</u></i>
para vocês ficarem em casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Foram <i><u>eles</u></i>
<span style="color: red;">que </span><i><u>preferiram</u></i>
mudar de cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">E) Sujeito = pronome relativo “QUEM”:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Diferentemente do item anterior, o sujeito, aqui,
deve permanecer – segundo as normas mais tradicionais – na <b><u>terceira pessoa do singular</u></b>, uma vez que não estabelece
concordância com o antecedente do pronome, mas com o próprio pronome (“quem”),
que está na 3ª p. s. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplos: </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fui eu <span style="color: red;">quem </span><i><u>mandou</u></i> o anúncio para você.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fomos nós <span style="color: red;">quem </span><i><u>preparou</u></i> o jantar de hoje. [PODE
SOAR ESTRANHO, MAS É ISSO MESMO!]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cabe ressaltar que alguns autores já aceitam a
concordância do verbo com o antecedente do pronome “quem” (principalmente nos
casos em que esse antecedente está no plural). Na dúvida, entretanto, é sempre
bom seguir a regra padrão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">F) Com expressão partitiva (<i>parte de</i>, <i>metade de</i>, <i>o resto de</i>, etc.) + nome no plural:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ocorrem duas possibilidades: o verbo pode concordar
com a expressão partitiva (permanece no singular) ou pode concordar com o nome
no plural. Nesse caso, depende muito da ideia que se pretende destacar – se noção
de parcela, se noção de todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplos:</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #e46c0a; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: #E46C0A; mso-style-textfill-fill-colortransforms: lumm=75000; mso-style-textfill-fill-themecolor: accent6; mso-themecolor: accent6; mso-themeshade: 191;">A maior parte d</span><span style="color: #00b050;">os pais </span>não
<span style="color: #e46c0a; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: #E46C0A; mso-style-textfill-fill-colortransforms: lumm=75000; mso-style-textfill-fill-themecolor: accent6; mso-themecolor: accent6; mso-themeshade: 191;">consegue dizer </span>“não” para os filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #e46c0a; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: #E46C0A; mso-style-textfill-fill-colortransforms: lumm=75000; mso-style-textfill-fill-themecolor: accent6; mso-themecolor: accent6; mso-themeshade: 191;">A maior parte d</span><span style="color: #00b050;">as crianças </span>de
hoje já <span style="color: #00b050;">sabem </span>lidar com as novas
tecnologias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">G) Sujeitos correlacionados pelas expressões “não
só..., mas também” e “tanto... quanto”:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na grande maioria das vezes, o verbo vai para o
plural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplos:</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><u>Não só</u> <i>a
obra literária de Machado de Assis</i>, <u>mas também</u> <i>a biografia dele </i>me encantam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><u>Tanto</u> <i>as
provas da VUNESP</i> <u>quanto</u> <i>as da
ESAF</i> costumam cobrar concordância verbal em Língua Portuguesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">H) Sujeito denota quantidade aproximada:</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com expressões como “cerca de”, “mais de”, “menos de”
e similares, o verbo concorda com o substantivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Exemplos:</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[Mais de] um <i>soldado</i>
<u>voltou</u> ferido da guerra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[Menos de] dois <i>litros
</i>de água <u>foram</u> bebidos hoje.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">[Cerca de] duzentas mil <i>pessoas</i> já se <u>inscreveram</u> para o concurso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pessoal, há muitas outras regras de concordância
verbal. Eu apenas explicitei, aqui, as que costumam causar maior confusão. A <u>maioria</u>
dos demais casos admite as duas flexões do verbo (singular ou plural), assim
como no exemplo de concordância verbal com expressão partitiva + nome plural. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Antes de encerrar o assunto, gostaria de destacar
que, ainda que seja imprescindível ter o domínio das normas gramaticais da LP
para conseguirmos a tão sonhada vaga nos serviços públicos ou na faculdade, não
podemos reduzir o português à gramática. Na verdade, todas essas regras da
norma culta são necessárias e devem ser conhecidas, mas elas não são a única
variante da língua portuguesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Espero ter ajudado. Bons estudos para nós!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Um abraço.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">PLUS!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 1.5pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: #434343; font-size: 10.5pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Exemplo de questão
de concordância verbal:<o:p></o:p></span></span></b><br />
<b><span style="color: #434343; font-size: 10.5pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 1.5pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: #434343; font-size: 10.5pt;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">VUNESP-2013 (PC-SP –
Agente de Polícia)</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">(A) A comunicação e a confiança dos filhos serão aumentadas se os pais
responderem às perguntas feitas por eles com clareza e simplicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">(B) A comunicação e a confiança dos filhos será aumentadas se os pais
responderem às perguntas feitas por eles
com clareza e simplicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">(C) A comunicação e a confiança dos filhos será aumentada se os
pais responderem às perguntas feitas por
eles com clareza e simplicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">(D) A comunicação e a confiança dos filhos serão aumentada se os pais
responderem às perguntas feitas por eles com clareza e simplicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 1.5pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #666666;">(E) A comunicação e a confiança dos filhos serão aumentadas se os pais
responderem às perguntas feita por eles com clareza e simplicidade.</span><br />
<span style="color: #666666;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 1.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">Qual resposta está “correta”?
Item <i><u>A</u></i></span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">. Por quê? Nessa questão,
mesclam-se regras de concordância VERBAL e NOMINAL. No que se refere ao tópico
que discutimos hoje (conc. verbal), ressalta-se que o sujeito composto [“a
comunicação e a confiança dos filhos”] vem ANTES do verbo, que deve
flexionar-se no plural para concordar com os dois núcleos do sujeito. A
alternativa </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><u>E</u></i><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"> também flexionou o
primeiro verbo de modo adequado, mas, em “perguntas feita”, há um problema de
concordância nominal. Pronto!</span></div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ErTqlQaw43DUkiommOMNTo46xmTSaEo8Dw4Bs2-jZsH-BcvvKLG7TinxuR4eB51Z0jGNGY3g0nB46wRnZ6d_ygxa-JUGl9NQEb_4k8muYDHbtMQeXzQkRtzmNyc4NtLtMZR1rPSguKdV/s1600/Concursos..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ErTqlQaw43DUkiommOMNTo46xmTSaEo8Dw4Bs2-jZsH-BcvvKLG7TinxuR4eB51Z0jGNGY3g0nB46wRnZ6d_ygxa-JUGl9NQEb_4k8muYDHbtMQeXzQkRtzmNyc4NtLtMZR1rPSguKdV/s1600/Concursos..jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-69020710090476352632014-04-22T12:55:00.001-03:002014-04-24T17:00:19.986-03:00Sujeito indeterminado ou voz passiva sintética? <div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><b><i>Olá, pessoal! </i></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><i>O
tema de hoje é muitíssimo cobrado por diversas bancas de concursos públicos e de vestibulares. É um assunto clássico e, portanto, TEM DE SER ESTUDADO. Tenho percebido que a matéria que discutiremos agora, de fato, consiste em uma dúvida
quase universal dos concurseiros e dos vestibulandos. Sem mais mistérios, vamos
ao que interessa!</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Aqhln7xQ_IYjco86Lr3mZtK9GQECtQaGedSEPuswM7Qrzx4E9uEOjgRVHnkOewBnnLYZU9gROwebBmghVHL5zOi2U_t0uKBhIk0XT_BIXY20BV7l8nW4EhR7osXQtlrOXDAHXNftSZ1b/s1600/PLACA+-+Passiva+Sint%C3%A9tica..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Aqhln7xQ_IYjco86Lr3mZtK9GQECtQaGedSEPuswM7Qrzx4E9uEOjgRVHnkOewBnnLYZU9gROwebBmghVHL5zOi2U_t0uKBhIk0XT_BIXY20BV7l8nW4EhR7osXQtlrOXDAHXNftSZ1b/s1600/PLACA+-+Passiva+Sint%C3%A9tica..jpg" height="243" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Todo o mundo vê por aí aquele monte de
anúncios de venda/aluguel de bens móveis ou imóveis. Também é declarada, via
propaganda, a necessidade de contratação de funcionários, por exemplo. Na hora
de escrever a mensagem, no entanto, surge a dúvida:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 0px;">
<span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">"</span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><span style="color: blue;">VENDE-SE CASAS" ou "VENDEM-SE
CASAS"?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 0px;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">"</span><b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><span style="color: red;">PRECISA-SE DE FUNCIONÁRIOS" ou "PRECISAM-SE
DE FUNCIONÁRIOS"?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 0px;">
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><span style="color: red;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E agora? Esse “problema” é, na verdade, um simples
caso de análise do SUJEITO da oração. Na Língua Portuguesa, há cinco tipos de
sujeito: simples, composto, desinencial (oculto), indeterminado e inexistente
(oração sem sujeito). Para a resolução da dúvida levantada no início desta
postagem, vamos passar diretamente para o exame do chamado “sujeito
indeterminado”. Como o próprio nome informa, esse tipo de sujeito não está
claro, mas, sim, indefinido/impreciso. Muitas vezes, não se pode ou não se
deseja indicar o sujeito de uma oração, o qual é tido, por isso, como <i><span style="color: red;">INDETERMINADO</span></i>. Esse sujeito ocorre
apenas em duas situações:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A) Com verbo na <b>terceira pessoa do <u>plural</u></b>, sem referência a nenhum nome já
expresso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> Ex.:
<i><u>Fizeram</u></i> muito barulho na festa
de ontem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">B) Com verbo na <b>terceira pessoa do <u>singular</u> + “se”</b>. Esse verbo, no entanto,
precisa ser intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de ligação (VL).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: red;"> Ex.:
<i><u>Construiu</u></i><u>-se</u> muito nos
últimos tempos.</span><span style="color: #f79646;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">Quando se diz “fizeram muito barulho” ou
“construiu-se muito”, pode-se entender que ALGUÉM (não sabemos quem) fez
barulho ou que ALGUÉM (também poderia ser “muita gente”, de modo indefinido)
tem construído bastante ultimamente.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O grande “pulo do gato” do sujeito indeterminado é
que, com verbos na terceira pessoa do <b><u><i style="background-color: #cfe2f3;">singular</i></u></b>,
é necessário analisar a classificação verbal (se há, necessariamente, VI, VTI
ou VL). Se o verbo pertencer a outra categoria (VTD ou VTDI – ou seja, se tiver
alguma relação com objeto direto), NÃO TEREMOS UM CASO DE SUJEITO
INDETERMINADO, mas outro tipo de sujeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pessoal, antes de entramos no assunto referente às
outras categorias de verbo (VTD ou VTDI na terceira pessoa), é preciso ter em
mente o seguinte: se houver um verbo seguido da partícula “se”, vamos parar
para analisá-lo. <b><u style="background-color: #cfe2f3;">Se ele for VI, VTI
ou VL</u></b>, o sujeito será indeterminado e, por isso, o verbo deverá
permanecer no SINGULAR. Essa partícula, no caso, funciona como um indicativo de
indeterminação do sujeito (é chamada, por isso, de <i>índice de indeterminação do sujeito</i>). Logo,</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><br /></b>
<b style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">-<span style="background-color: #fce5cd;">PRECISA</span></b><span style="background-color: #fce5cd; color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">-<i>SE</i> DE FUNCIONÁRIOS.</span><br />
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">(“precisar” = VTI, “de funcionários” = OI),
verbo no singular, pois o termo “funcionários” não é o seu sujeito, mas parte
do seu objeto indireto (“de funcionários”). O sujeito está <i>indeterminado</i>.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><b>-</b></span><span style="background-color: #fce5cd;"><b style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">VIVE</b><span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">-<i>SE</i> BEM.</span></span><br />
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">(“viver” = VI), verbo no singular. Sujeito indeterminado.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><b>-<span style="background-color: #fce5cd;">ERA</span></b></span><span style="background-color: #fce5cd; color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">-<i>SE</i> MUITO FELIZ NAQUELA ÉPOCA.</span><br />
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">(“ser” = VL), verbo no singular. Sujeito indeterminado.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se o verbo já estiver na terceira pessoa do PLURAL, <b><u><span style="background-color: #cfe2f3;">SEM</span></u></b><span style="background-color: #cfe2f3;"> a partícula “se”</span>, aí não há
dúvida alguma: o sujeito é indeterminado, sem a necessidade de analisar o tipo
do verbo (só é preciso analisar se existir o índice “se” posterior ao verbo).</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se houver, contudo, partícula “se” e, ainda, VTD ou
VTDI, teremos um caso de <span style="color: blue;">VOZ PASSIVA SINTÉTICA</span> (com sujeito simples ou
composto). Nessas situações, o verbo deve flexionar-se de acordo com o sujeito
da passiva (singular ou plural):</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><span style="color: blue;">* VENDE-SE
ESTA CASA =>o sujeito da passiva é “esta casa”.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><span style="color: blue;">* VENDEM-SE
CASAS => o sujeito da passiva é “casas” (plural).</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #8064a2; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se você tiver um verbo acompanhado do pronome “se” e
ainda estiver com dúvidas no momento da classificação verbal (<b><span style="color: red;">VI</span></b>, <b><span style="color: red;">VTI</span></b>, <b><span style="color: red;">VL</span></b>, <b><span style="color: blue;">VTD</span></b>, <b><span style="color: blue;">VTDI</span></b>), pense no seguinte: eu consigo transformar a oração
em uma voz passiva ANALÍTICA (aquela estrutura passiva que é maior)? Se você
conseguir, PARABÉNS! Você tem, então, um caso de passiva sintética (“se” =
pronome apassivador), e não de sujeito indeterminado, já que <b><u><i>somente uma oração na voz passiva
sintética ou na voz ativa (com VTD ou VTDI) pode ser transformada em voz
passiva analítica</i>.</u></b> </span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Exemplo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: -18pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>APLICOU-SE A PROVA => A PROVA FOI APLICADA.</i></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: -18pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">(voz passiva
sintética) => (voz passiva analítica)</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No exemplo acima, a conversão foi possibilitada pelo
fato de o verbo “aplicar” ser transitivo direto (na voz ativa, ocorre:
“Aplicaram a prova”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Como a explicação ficou um pouco extensa, segue um resumo para todos nós. Espero que tenham gostado da postagem. </i></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Ainda nesta semana, divulgarei mais matérias de LP para concursos e vestibulares.</i></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Abração.</i></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="background: #D9D9D9; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 217; text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">RESUMINHO BÁSICO PARA A TURMA:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> <b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: blue; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para que ocorra SUJEITO INDETERMINADO:</span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">Verbo
na terceira pessoa do PLURAL, sem referência a nenhum nome anteriormente
expresso.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">Verbo
na terceira pessoa do SINGULAR + “se” (</span><i style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">índice
de indeterminação do sujeito</i><span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">), desde que o verbo seja classificado como VI,
VTI ou VL. => Neste último caso, o verbo PERMANECE no singular,
independentemente do termo que o segue.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">Ex.: </span><b style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><u>Precisa</u></b><span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">-se de funcionário</span><b style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><u>s</u></b><span style="color: blue; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;">.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: blue;"><i>OBS: </i>Não há como passar a oração
acima para a voz passiva analítica (“Funcionários são precisos”???). O
resultado é, no mínimo, estranho.</span><span style="color: #f79646;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para que ocorra VOZ PASSIVA SINTÉTICA:</span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">Verbos
que sejam classificados como VTD ou VTDI + “se” (</span><i style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">pronome apassivador</i><span style="color: red; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; line-height: 150%; text-indent: -18pt;">). Neste caso, pode-se passar a oração da voz
passiva sintética para a passiva analítica, normalmente. O verbo deve concordar
com o sujeito paciente; por essa razão, flexiona-se no plural caso o sujeito
também esteja no plural.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ex.: <b><u>Alugam</u></b>-se apartamento<b><u>s</u></b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> ↓<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Apartamentos são alugados</i> (VOZ PASSIVA ANALÍTICA, com sujeito paciente =
“apartamentos”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> ↓<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="color: red;"><i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Alugam apartamentos </span></i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(VOZ ATIVA).</span></span><span style="color: #8064a2;"><o:p></o:p></span><br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGvDQD5L3PNC13ZIswlCE4gYAHpzLgKnPnC4t4FnukOS0w5KPpBJ22q6pZfpChb18cMIK8qo1pfDua0uuwqsP2HkdhZm0HWpiUaVbTagS4TglOL4eWx15dqW0k2WeN-tAjQwpY5GS8D3JA/s1600/Vende.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGvDQD5L3PNC13ZIswlCE4gYAHpzLgKnPnC4t4FnukOS0w5KPpBJ22q6pZfpChb18cMIK8qo1pfDua0uuwqsP2HkdhZm0HWpiUaVbTagS4TglOL4eWx15dqW0k2WeN-tAjQwpY5GS8D3JA/s1600/Vende.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-4744369621829070012014-04-19T16:20:00.001-03:002014-04-23T18:11:09.459-03:00Uma PÁSCOA cheia de maravilhas...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilO39qBkhJOz8Oz-1NT2fUpS7XDjlDNQgyWQ5pd4-OQcPtG9KsCls6nZJJzGZcdLsBq4-OaAsO_aEcWHDxLPu5ymueJzAZhmzmwi5H82qDGQrzkXJcMBoIcS4-i48lezanh85O7N5BS7g5/s1600/P%C3%81SCOA+MARAVILHOSA..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilO39qBkhJOz8Oz-1NT2fUpS7XDjlDNQgyWQ5pd4-OQcPtG9KsCls6nZJJzGZcdLsBq4-OaAsO_aEcWHDxLPu5ymueJzAZhmzmwi5H82qDGQrzkXJcMBoIcS4-i48lezanh85O7N5BS7g5/s1600/P%C3%81SCOA+MARAVILHOSA..jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-22222355638116527992014-04-19T10:38:00.000-03:002014-04-23T18:03:35.555-03:00LEITE DERRAMADO: as confusões da memória<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Enquanto eu lia <i>Leite Derramado</i>, de Chico Buarque,
deparei-me com uma passagem que me deixou intrigada com a questão da fragilidade
da memória. O narrador ancião, em um leito de hospital, reflete sobre a condição
tumultuada e tênue dos seus próprios pensamentos: uma miscelânea de lembranças
e de situações presentes. Tive medo das peças que o meu cérebro pode um dia
me pregar. Comecei a pensar, ainda mais, nas pessoas que já sofrem por conta desse
problema. A cabeça é, de fato, tudo! Segue um trechinho:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #666666; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Aquela que veio me ver, ninguém acredita, é minha filha. Ficou torta
assim e destrambelhada por causa do filho. Ou neto, agora não sei direito se o
rapaz era meu neto ou tataraneto ou o quê. <span style="background-color: #d0e0e3;"><b>Ao passo que o tempo futuro se
estreita, as pessoas mais novas têm de se amontar de qualquer jeito num canto
da minha cabeça.</b> <b>Já para o passado tenho um salão cada vez mais espaçoso, onde
cabem com folga meus pais, avós, primos distantes e colegas da faculdade que eu
já tinha esquecido</b></span>, com seus respectivos salões cheios de parentes e
contraparentes e penetras com suas amantes, mais as reminiscências dessa gente
toda, até o tempo de Napoleão. Veja só, neste momento olho para você, que toda
noite está aqui comigo tão amorosa, e fico até sem graça de perguntar seu nome
de novo. Em compensação, recordo cada fio da barba do meu avô, que só conheci
de um retrato a óleo. E do livrete que deve estar por aí na cômoda, ou lá em
cima na cabeceira da minha mãe, pergunte à arrumadeira. É um pequeno livro com
uma sequência de fotos quase idênticas, que em folheada ligeira dão a ilusão de
movimento, feito cinema. Retratam meu avô a caminhar em Londres, e em criança eu
gostava de folhear as fotos de trás para diante, para fazer o velho dar marcha
a ré. É com essa gente antiquada que sonho, quando você me põe para dormir.<span style="background-color: #d0e0e3;"> <b>Eu
por mim sonhava com você em todas as cores, mas meus sonhos são que nem cinema
mudo, e os atores já morreram há tempos.</b></span></span></i></blockquote>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Chico Buarque de Hollanda
– <i>LEITE DERRAMADO</i>, Cap. 3, grifos meus.</span><o:p></o:p><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O livro é maravilhoso! As discussões do narrador vão <u>muito</u> (mas muito!) além das confusões da memória. A leitura da obra vale a pena, com toda a certeza.</span></div>
</div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl7ovPVk1IK1wa_KbQfelsa5cBFm_N324Qrz8kmMmxmJgmgbjiZSOQE0I1gOXn80Q-B_Mc8ooy9jgL6UZ5S4ToUASP3fWeAzJ3KX8Utbsg67CtBuNCfbuvsSQPmUMXXulFffX1AGUe4VeV/s1600/Mem%C3%B3rias..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl7ovPVk1IK1wa_KbQfelsa5cBFm_N324Qrz8kmMmxmJgmgbjiZSOQE0I1gOXn80Q-B_Mc8ooy9jgL6UZ5S4ToUASP3fWeAzJ3KX8Utbsg67CtBuNCfbuvsSQPmUMXXulFffX1AGUe4VeV/s1600/Mem%C3%B3rias..jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2404469608908739063.post-75127961246470907852014-04-17T20:46:00.003-03:002014-04-23T18:03:56.268-03:00GABO!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>Com tristeza, o mundo se despede de um dos maiores escritores contemporâneos: Gabriel García Márquez. A obra do autor, no entanto, permanece e eterniza-se.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="line-height: 24px; text-indent: 47.266666412353516px;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Comecei a escrever por acaso, talvez somente para mostrar a um amigo que minha geração era capaz de produzir escritores. Depois caí na armadilha de continuar a escrever, por gosto. Aos doze anos estive a ponto de ser atropelado por uma bicicleta. Um cura que passava me salvou com um grito: 'Cuidado!' O ciclista caiu por terra. O cura, sem parar, me disse: 'Viu o poder da palavra?' Nesse dia eu soube."</span></span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></i><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Gabriel García Márquez)</span></div>
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span></i></blockquote>
</div>
<div style="font-size: medium; margin: 0px;">
<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span></i></div>
</blockquote>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Todo o reconhecimento e todos os aplausos do universo ao fantástico Gabo.</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><br /></b></span></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDduABs2GmlNFi3rpxh61zhnB4KG_fYJbjJxGhnbIcza4hEM09578x0Y8aAsZXGenn_-v2dlrqWd5bNU8fEph8BFdE6h0dqjeYmn-P0N5gIfQ0UiH09RhLvCzEJ81Iv8jvBzPO3DvGnjwJ/s1600/Gabo..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDduABs2GmlNFi3rpxh61zhnB4KG_fYJbjJxGhnbIcza4hEM09578x0Y8aAsZXGenn_-v2dlrqWd5bNU8fEph8BFdE6h0dqjeYmn-P0N5gIfQ0UiH09RhLvCzEJ81Iv8jvBzPO3DvGnjwJ/s1600/Gabo..jpg" height="215" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14164511573025788760noreply@blogger.com0