Bom dia, pessoal! Tudo bem?
A dica de hoje é sobre o gênero do substantivo "dó". Vamos lá...
A palavra “dó”, na Língua Portuguesa, é classificada
como um substantivo do gênero MASCULINO, que significa “sentimento de
compaixão, de piedade ou de grande pesar”. Por essa razão, o mais adequado é
dizer que “sinto UM DÓ danado quando vejo a Maria chorar”.
A grande maioria dos falantes do português, no
entanto, atribui ao substantivo “dó” o gênero feminino e, assim, diz que “sente
UMA dó [...]”. Possivelmente os falantes associem essa palavra ao termo “pena”,
que é um substantivo feminino (“O Joaquim está com muita pena do Fernando”) e pode igualmente significar “compaixão”, “tristeza”.
Essa atribuição inadequada de gêneros ao substantivo também acontece com a palavra “alface”, que, por sua vez, é FEMININA (portanto, “A ALFACE”), mas que, na linguagem coloquial, é produzida como substantivo masculino (“o alface”) - talvez por influência da expressão “ (o) pé de alface”.
*** Percebam que o termo DÓ, embora masculino, é percebido como feminino; ao contrário de ALFACE, que é feminino, mas ocorre como masculino!
Essa atribuição inadequada de gêneros ao substantivo também acontece com a palavra “alface”, que, por sua vez, é FEMININA (portanto, “A ALFACE”), mas que, na linguagem coloquial, é produzida como substantivo masculino (“o alface”) - talvez por influência da expressão “ (o) pé de alface”.
*** Percebam que o termo DÓ, embora masculino, é percebido como feminino; ao contrário de ALFACE, que é feminino, mas ocorre como masculino!
De qualquer forma, é importante sabermos quais são as
expressões ditadas pela Gramática Padrão. Não podemos fechar os olhos, contudo,
para as mudanças que acontecem naturalmente na língua, graças à frequência de
uso por parte dos falantes. No caso da palavra “dó”, como bem observa Bagno no livro Não é errado falar assim (2009,
p. 146), verifica-se que
O
uso de dó no feminino já aparece até
em letras de música compostas por alguém como Arnaldo Antunes, que, além de
músico, é também um poeta criativo, original, respeitado pela crítica como bom
conhecedor e usuário da língua literária. É o caso, por exemplo, da bela ‘De
mais ninguém’, parceria dele com Marisa Monte, cujos primeiros versos são:
Se ela me deixou,
A dor é minha só,
Não é de mais ninguém;
Aos outros eu devolvo a dó,
Eu tenho a minha dor.
De qualquer modo, saibamos que DÓ, ao contrário de ALFACE
(peço desculpas pela falta de relação de sentido entre os termos!), é um substantivo masculino de acordo com as normas cultas da Língua
Portuguesa. Se quisermos e precisarmos seguir os preceitos da Gramática Padrão,
é necessário ter em mente a dica de hoje.
Abração.
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