Olá, galera!! Estava com
saudade de vocês.
Primeiramente, desculpem-me por
ter demorado quase um mês para republicar no ‘blog’. A vida anda muitíssimo
corrida e, em função disso, não consigo escrever com a frequência que me
agrada.
De qualquer modo, a chamada de
atenção desta postagem vai para o uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo.
Tenho notado que a grande
maioria das pessoas troca o uso de um pronome equivalente a objeto direto por
um correspondente a objeto indireto (e vice-versa). Como assim?
Na tentativa de “sofisticar” um
pouco o discurso, alguns falantes/escreventes utilizam formas como “Abracei-lhe demoradamente”, “Mais tarde
eu lhe vejo”, etc. Em busca
de uma construção mais erudita, as pessoas cometem o chamado “lheísmo”, isto é,
elas acabam utilizando o pronome “lhe” em situações não indicadas.
Quando usar o pronome “lhe” em
circunstâncias apropriadas, então? Vamos lá!
Na Língua Portuguesa, pessoal,
existem os chamados pronomes pessoais átonos do caso oblíquo, que são os que
seguem: me, te, se, nos,
vos, o(s), a(s), lhe(s), se. Eu sei que a designação
desses pronomes é um tanto complicada (para não dizer “chata”), mas eles não
são um bicho-papão.
Essas palavrinhas mencionadas podem substituir os complementos verbais (ou
seja, o objeto direto e o indireto). A substituição, contudo, não pode ser
aleatória. Dessa maneira, alguns desses pronomes apenas podem ocupar o lugar do
objeto direto, ao passo que outros somente ocupam a posição do objeto indireto. Vou esquematizar
o que acabei de explicar:
Diante do exposto, galera, o pronome “lhe” não deve
ser empregado “a torto e a direito”. Só devemos utilizá-lo com verbos transitivos
indiretos (aqueles que admitem a pergunta “a que[m]”, “de que[m]”).
Por isso, as normas da Gramática Tradicional priorizam o uso de “Eu lhe obedeço sempre”, já que o verbo “obedecer” é transitivo indireto (= Eu obedeço aos meus pais sempre). Aproveitando o exemplo que dei um pouco acima, o mais adequado não é “abraçar-lhe”, mas “abraçá-lo” ou “abraçá-la”, uma vez que “abraçar” é transitivo direto (Abracei-o demoradamente = Abracei o meu irmão demoradamente). Os únicos pronomes oblíquos átonos que podem ser usados tanto com transitivos diretos quanto com indiretos são “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos”.
Por isso, as normas da Gramática Tradicional priorizam o uso de “Eu lhe obedeço sempre”, já que o verbo “obedecer” é transitivo indireto (= Eu obedeço aos meus pais sempre). Aproveitando o exemplo que dei um pouco acima, o mais adequado não é “abraçar-lhe”, mas “abraçá-lo” ou “abraçá-la”, uma vez que “abraçar” é transitivo direto (Abracei-o demoradamente = Abracei o meu irmão demoradamente). Os únicos pronomes oblíquos átonos que podem ser usados tanto com transitivos diretos quanto com indiretos são “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos”.
Outro probleminha bastante recorrente é o uso de “te”
sem que o contexto exija a segunda pessoa do singular (TU). O pronome “te”,
gente, é a forma oblíqua de “tu”; dessa maneira, somente deve ser utilizado em
contextos de segunda pessoa:
Joaquim, tu
podes fazer o favor de antecipar a entrega do arquivo? Se conseguires fazer isso,
o diretor te bonificará em
agradecimento.
* Ou “bonificar-te-á” (se você quiser “gastar” um pouquinho do seu
conhecimento de colocação pronominal).
É isso! Tenham uma ótima noite. Qualquer dúvida,
escrevam-me.
Grande abraço.
Valeu pelas dicas!
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