terça-feira, 13 de maio de 2014

ESTAR GANHO & TER GANHADO: ele pensou que tivesse GANHADO na loteria...

Olá, galera! Tudo bem?
Antes de começarmos o assunto desta postagem, precisamos saber o que é particípio. Resumidamente, PARTICÍPIO é uma das formas nominais do verbo, assim como o infinitivo e o gerúndio. Além de apresentarem valor verbal, essas formas também podem desempenhar função de nomes; por essa razão, são chamadas de formas nominais. O particípio (termina em –ado ou em –ido), por exemplo, pode valer por um adjetivo (homem sabido). É imprescindível saber, ainda, que o particípio exprime, basicamente, a conclusão de uma ação verbal.
(*BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa, 2006, p. 224.)

Muitos verbos apresentam como particípio a FORMA REGULAR terminada em “-ado” (primeira conjugação) ou “-ido” (segunda e terceira conjugações), como:
CANTAR (primeira conjugação): cantado.
CORRER (segunda conjugação): corrido.
PARTIR (terceira conjugação): partido.

Outros verbos, contudo, apresentam duas formas para o particípio: a regular (normal) e a irregular (reduzida). Esses verbos são chamados de abundantes.
ACEITAR: aceitado (particípio regular) e aceito (particípio irregular).
ACENDER: acendido (particípio regular) e aceso (particípio irregular).
IMPRIMIR: imprimido (particípio regular) e impresso (particípio irregular).

Se houver “abundância” (rsrs...), quando devo utilizar a forma regular e quando devo usar a outra? Muito bem... Basta prestar atenção nos verbos que antecedem o particípio em questão. Como eles geralmente formam locuções verbais, o verbo auxiliar será o grande responsável pela determinação do tipo do particípio. Dessa forma, se o auxiliar for o verbo “TER” ou “HAVER”, o particípio será REGULAR; se os auxiliar for “SER” ou “ESTAR”, o particípio ficará na forma reduzida (irregular, portanto).

Sabe aquelas expressões cotidianamente utilizadas por todos nós, como “eu já tinha pago [...]” ou “ele havia ganho muitos prêmios [...]”? Pois é, pessoal... O mais adequado é dizer “eu já tinha PAGADO” e “ele havia GANHADO”. Tudo isso pelo fato de os verbos “pagar” e “ganhar” admitirem as duas formas do particípio e, também, por estarem ladeados pelos auxiliares “ter” e “haver”, o que determina o emprego do particípio regular. O uso das formas irregulares (ter pago, ter ganho, etc.), todavia, já está tão difundido na língua falada, que não mais pode ser taxado como ERRO, mas como uma tendência do falante à hipercorreção ou, ainda, como uma preferência dele pelas formas mais sintéticas (mais curtinhas).
É isso!
Abração.




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